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Construtora naval alvo de investigação em Singapura por corrupção no Brasil

por Lusa

A agência estatal contra a corrupção de Singapura está a investigar a construtora naval local Seatrium por alegados crimes cometidos no Brasil, que derivam das investigações da operação Lava Jato.

Num comunicado divulgado na quarta-feira, o Gabinete de Investigação de Práticas Corruptas (CPIB, na sigla em inglês), anunciou investigações contra "a Seatrium Ltd e indivíduos da Seatrium Ltd sobre supostos crimes de corrupção ocorridos no Brasil".

"Como as investigações estão em andamento, o CPIB não poderá fornecer mais detalhes neste momento", referiu a agência.

Ainda assim, a instituição garantiu que "Singapura adota uma abordagem rigorosa de tolerância zero em relação à corrupção".

"O CPIB investiga sem medo ou benesses e não hesitará em tomar medidas contra quaisquer partes envolvidas em atividades corruptas", acrescentou.

A agência disse que as investigações foram lançadas "com base em informações recebidas".

Em março, a Seatrium emitiu um comunicado a revelar que uma subsidiária no Brasil, o Estaleiro Jurong Aracruz, estava a ser investigada por "supostas irregularidades" nas suas práticas comerciais.

O anúncio surgiu depois da Controladoria-Geral da União, o órgão do governo federal brasileiro responsável pelo combate à corrupção, ter anunciado a instauração de um processo administrativo preliminar contra o estaleiro por práticas ligadas à operação Lava Jato.

Em abril, a Seatrium enviou uma nota à bolsa de valores de Singapura em que referia que o processo tinha sido suspenso e garantia que iria continua a trabalhar e cooperar com as autoridades brasileiras.

A Lava Jato ficou internacionalmente conhecida após desvendar, em 2014, uma teia de corrupção na estatal Petrobras e prender dezenas de empresários e políticos, inclusive o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que passou 580 dias preso, em processos que posteriormente foram anulados.

A operação caiu em desgraça a partir do momento em que o Supremo Tribunal Federal anulou muitos desses processos por problemas jurisdicionais e após declarar que o então juiz e atual senador Sergio Moro não era imparcial nos casos movidos contra Lula da Silva.

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