Conservadores, socialistas e liberais no Parlamento Europeu chegaram hoje a acordo para aprovar a nova Comissão Europeia, após dias de bloqueio e cedências do Partido Popular Europeu (PPE) e Socialistas e Democratas (S&D), avançaram à Lusa fontes partidárias.
No encontro, de acordo com fontes comunitárias ouvidas pela Lusa, as três maiores forças partidárias da assembleia europeia comprometeram-se com o necessário consenso de dois terços para aprovar, num único ‘pacote’, os sete nomes ainda pendentes (de um total de 26) do novo colégio de comissários, o segundo liderado por Ursula von der Leyen, para entrar em funções a 01 de dezembro.
Neste ‘pacote’ agora com ‘luz verde’, que será confirmado na quinta-feira em Conferência de Presidentes (com os líderes das bancadas parlamentares e da instituição) e na próxima semana no plenário do Parlamento Europeu, estão os seis candidatos a vice-presidentes da Comissão Europeia, como a estónia Kaja Kallas (Negócios Estrangeiros e Política de Segurança), o italiano Rafaelle Fitto (Coesão e Reformas), a espanhola Teresa Ribera (Transição Limpa, Justa e Competitiva), a finlandesa Henna Virkkunen (Soberania Tecnológica, Segurança e Democracia), a romena Roxana Mînzatu (Pessoas, Competências e Preparação) e o francês Stéphane Séjourné (Prosperidade e Estratégia Industrial).
Acresce o comissário indigitado pela Hungria, Oliver Várhelyi, atual representante do país na instituição e ao qual Von der Leyen atribuiu a pasta de Saúde e Bem-Estar Animal, que, por dúvidas dos eurodeputados, viu a sua avaliação adiada duas vezes e é agora avaliado em conjunto com os ‘vices’.
Os nomes mais polémicos são os da espanhola e do italiano, relativamente aos quais há agora cedências dos conservadores e socialistas, de acordo com as mesmas fontes: por um lado, o PPE deixou de exigir que Teresa Ribera, que tem processos contra si devido às trágicas inundações em Espanha, se demitisse caso as acusações avancem; e o S&D abdicou de pedir que Rafaelle Fito perdesse a vice-presidência.
Ainda haverá uma nova reunião à porta fechada das comissões parlamentares que ouviram estes sete comissários europeus indigitados, entretanto em Bruxelas, mas o acordo está garantido, segundo as fontes ouvidas pela Lusa.
Em cima da mesa está também o facto de o comissário indigitado pela Hungria, Oliver Várhelyi, perder “uma parte do seu portefólio”, deixando de tutelar questões como direitos reprodutivos após ter sido questionado sobre a promoção dos direitos das mulheres, acrescentaram.
No novo executivo comunitário de Von der Leyen, ainda antes deste acordo de hoje, 19 já tinham aval garantido, entre os quais a comissária europeia indigitada por Portugal, Maria Luís Albuquerque, a quem foi atribuída a pasta dos Serviços Financeiros e União de Poupança e Investimento.
Aos 57 anos, a antiga governante portuguesa é uma das 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% para mulheres e de 60% de homens) do próximo executivo comunitário de Von der Leyen, agora sujeito a aval parlamentar, que tem como principal missão a competitividade económica comunitária.