Conselho de Direitos Humanos. Declaração Universal "atacada por todos os lados"
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas reuniu-se esta segunda-feira, em Genebra, com a investigação sobre eventuais crimes de guerra na Ucrânia em destaque na agenda, assim como a condenação da invasão russo. O ministro português dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, participa no encontro com mais de 100 chefes de Estado e ministros.
No discurso de abertura, António Guterres lamentou que os Direitos Humanos no mundo estejam a “andar para trás”.
“A invasão da Ucrânia pela Rússia desencadeou a violação mais massiva dos Direitos Humanos que conhecemos até hoje”, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, acrescentando que a Declaração Universal dos Direitos Humanos tem sido “atacada por todos os lados”.
A guerra na Ucrânia "desencadeou morte, destruição e deslocamento generalizados”, condenou ainda Guterres.
“Recuámos”, lamentou, pedindo “uma nova vida” aos Direitos Humanos que são a solução para muitos problemas do mundo, como a emergência climática ou o uso nocivo das novas tecnologias.
"Os Direitos Humanos não são um luxo que pode ser ignorado até que encontremos uma solução para os outros problemas do mundo", frisou.
The Secretary-General of the United Nations, @antonioguterres, addressed the opening of the 52nd session of the Human Rights Council with a rousing call for a redoubling of efforts to promote and protect #HumanRights.#HRC52 pic.twitter.com/mhsota6R4G
— UN Human Rights Council 📍#HRC52 (@UN_HRC) February 27, 2023
Na mesma linha, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, denunciou o regresso do “velho autoritarismo” e das “guerras destrutivas de agressão, de uma época passada e com consequências globais, como vimos novamente na Europa com a invasão sem sentido da Rússia na Ucrânia”.
Está previsto para quinta-feira que o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Riabkov, discurse em Genebra. A invasão da Rússia na Ucrânia está no centro das discussões no Conselho de Direitos Humanos da ONU e as primeiras conclusões do relatório sobre os crimes de guerra na Ucrânia serão divulgadas a 20 de março.