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Conquista do poder pelos talibãs é "humilhante derrota" para EUA e NATO

por Lusa
Parwiz - Reuters

O PCP considerou hoje que a conquista do poder no Afeganistão pelos talibãs é "uma clara e humilhante derrota" para os EUA, a NATO e os "cúmplices" da "estratégia de guerra e ocupação, incluindo sucessivos governos" de Portugal.

"Os recentes acontecimentos no Afeganistão, incluindo a entrada dos talibãs em Cabul [capital afegã], independentemente da sua evolução futura, constituem uma clara e humilhante derrota para os EUA, a NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e todos quantos participara e foram cúmplices com a sua estratégia de guerra e ocupação, incluindo sucessivos governos portugueses", dá conta um comunicado divulgado pelo PCP.

O partido acrescentou que "mais de 40 anos de ingerência e agressão dos EUA e seus aliados no Afeganistão, dos quais 20 anos de invasão e ocupação, são responsáveis por centenas de milhares de mortos".

Para os comunistas, "compete ao povo afegão - como a cada povo - resolver sem ingerências externas os seus problemas e optar pelo seu próprio caminho de desenvolvimento, contribuindo para que o Afeganistão deixe de ser instrumentalizado para promover a instabilidade na região".

"Os recentes acontecimentos no Afeganistão reforçam igualmente a exigência que a política externa portuguesa deixe de estar subordinada à política belicista dos EUA, da NATO e da UE, e que se paute pelo respeito da Constituição da República Portuguesa, da Carta das Nações Unidas e do direito internacional", acrescenta a nota.

Os talibãs conquistaram Cabul no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal. 

Face à brutalidade e interpretação radical do Islão que marcou o anterior regime, os talibãs têm assegurado aos afegãos que a "vida, propriedade e honra" vão ser respeitadas e que as mulheres poderão estudar e trabalhar.

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