A congressista democrata de origem palestiniana Rashida Tlaib mostrou hoje, durante o discurso do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, no Congresso dos EUA, um leque com a frase "criminoso de guerra", em protesto contra a guerra em Gaza.
Rashida Tlaib, uma das congressistas norte-americanas mais veementes contra a ofensiva israelita na Faixa de Gaza, usava também um kufiya (lenço palestiniano) e não aplaudiu nem se levantou quando o primeiro-ministro israelita entrou na hemiciclo, noticiou a agência Efe.
Dezenas de congressistas democratas boicotaram o discurso e não compareceram no Congresso, enquanto centenas de manifestantes pró-palestinianos protestaram perto do Capitólio contra a presença de Netanyahu.
Durante o seu discurso, o primeiro-ministro criticou os manifestantes, a quem apelidou "tolos instrumentalizados por Teerão".
"Tanto quanto sabemos, o Irão está a financiar os protestos anti-Israel que estão a ocorrer neste momento em frente deste edifício", realçou.
O primeiro-ministro foi convidado para o seu quarto discurso perante o Congresso dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, numa demonstração de apoio face às tensões desencadeadas entre a administração do democrata Joe Biden e o Governo de Netanyahu, sobre a forma como Israel conduz a ofensiva sobre Gaza Faixa.
Benjamin Netanyahu defendeu perante o Congresso que os Estados Unidos e Israel devem "manter-se unidos" para derrotar aqueles que querem "destruir a civilização", referindo-se a um "eixo de terror" patrocinado pelo Irão.
"O eixo de terror do Irão desafia os Estados Unidos, Israel e os nossos amigos árabes. Não é um choque de civilizações, mas um choque entre a barbárie e a civilização", declarou.
O primeiro-ministro israelita disse igualmente estar confiante sobre o resultado das negociações para libertar os reféns detidos pelo Hamas, desde o ataque executado pelo grupo islamita palestiniano no sul de Israel em 07 de outubro que deixou quase 1.200 mortos.
"Estou convencido de que estes esforços podem ser coroados com sucesso", disse Netanyahu, agradecendo ao Presidente norte-americano, Joe Biden, "pelos seus esforços incansáveis" em nome dos reféns.
A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 39 mil mortos, na maioria civis, e perto de 90 mil feridos, bem como um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
