Alguns participantes na manifestação deste domingo em Hong Kong contra um projeto de lei que permite a extradição de suspeitos de crimes para a China envolveram-se em confrontos com elementos da polícia antimotim no bairro de Mongkonk.
Segundo relatos de um jornalista da agência AFP, os manifestantes defenderam-se com guarda-chuvas da carga policial, que aconteceu após um frente a frente de cerca de 20 minutos entre as duas partes, durante o qual a polícia apelou, com recurso a megafones, para que o grupo de cerca de 300 manifestantes, usando máscaras e na sua maioria jovens, dispersasse.
Milhares de pessoas estão hoje a manifestar-se em Hong Kong contra um projeto de lei que permite a extradição de suspeitos de crimes para a China, pedindo também a demissão da chefe do Governo local, Carrie Lam.
O protesto atravessa, segundo as agências de notícias internacionais, o distrito peninsular de Kowloon, uma zona comercial visitada por muitos turistas, a maioria dos quais com origem na China continental.
Esta é a primeira manifestação na antiga colónia britânica desde o ataque à sede do Conselho Legislativo, no dia 01 de julho, quando o território comemorava o 22.º aniversário da transferência de soberania.
Apesar de se terem realizado inúmeros protestos desde esse dia, todos têm acontecido na ilha de Hong Kong, onde fica o principal distrito financeiro.
Os manifestantes, quase todos vestidos de preto, empunham cartazes com frases como "Juntos, de pé" e "Não à extradição para a China" ou "Carrie Lam, demissão", descrevem as agências de notícias AFP e Efe.
O protesto deverá terminar junto à estação de comboios de alta velocidade, que liga Pequim a outras cidades da China, onde já se encontra um dispositivo de cerca de 1.500 polícias para evitar possíveis incidentes.
De acordo com a Associated Press, a polícia colocou grandes barricadas, bloqueando a entrada principal da estação para impedir qualquer tentativa de entrada forçada.
Após o ataque ao Conselho Legislativo, que ocorreu na noite de segunda-feira, agudizou-se a crise política em Hong Kong, com várias manifestações pacíficas, mas também uma série de confrontos violentos com a polícia.
Os protestos obrigaram a chefe do Governo a suspender a discussão da proposta de lei e a pedir desculpas à população. Contudo, Carrie Lam recusou-se sempre a retirar definitivamente a proposta de lei.
Desde o início das manifestações, foram presas 71 pessoas, segundo avançaram à Efe fontes do movimento pró-democracia.