Dez mortos confirmados. É este o número avançado pela Procuradoria venezuelana na sequência dos protestos contra a eleição em curso para a formação da Assembleia Constituinte na Venezuela.
Os opositores de Nicolas Maduro divulgaram publicamente o nome de 14 pessoas que alegadamente terão morrido nos confrontos de domingo.
No que diz respeito aos resultados, ainda não são conhecidos quaisquer dados oficiais. A oposição diz que 90 por cento do eleitorado não foi às urnas. O Governo revela uma participação de 41,43 por cento de cidadãos nas eleições e a oposição indica 12 por cento de votantes.
Inicialmente, o prazo para poder votar foi alargado por mais uma hora. O jornal espanhol El País dava conta de que três horas depois do fecho das mesas ainda havia pessoas a votar.
A tensão no país promete continuar. Um dos principais opositores de Nicolás Maduro fez saber que está convocada uma nova manifestação para esta segunda-feira e outra para quarta-feira.
Henrique Capriles diz que não reconhece este processo que apelida de fraudulento, nulo e inexistente e promete luta até que seja novamente reposta a ordem constitucional.
Ainda antes destas declarações de Henrique Caprilles, Maria Corina Machado da mesa de unidade democrática declarou que os dias de ditadura na Venezuela estão a chegar ao fim.
A partir do meio-dia, em Caracas, está já convocado um novo protesto.
Maduro: declarar estado de emergência
O Presidente apelidou este como um dia histórico, apesar de ainda não serem conhecidos os resultados finais.
Nicolás Maduro exaltou a participação na votação para a Assembleia Constituinte, "apesar das balas". E, em discurso, perguntou à multidão: "O que pensam que deve a Assembleia Constitucional com a procuradora geral? Reestruturá-la imediatamente, declarar o estado de emergência e tomar o controlo para haver justiça. Esta é a minha modesta e humilde opinião".
EUA: novas sanções à Venezuela
No que diz respeito a reações internacionais, dos Estados Unidos chega a notícia de que a Administração Trump está a estudar novas sanções contra a Venezuela, que podem vir a ser anunciadas já esta segunda-feira.
"O que nos interessa o que diz Trump? Insteressa-nos o que diz o povo soberano da Venezuela", reclamou o presidente venezuelano, em resposta às ameaças.
A agência Reuters cita também um comunicado do Departamento de Estado que condena a violência das autoridades venezuelanas e apela aos governos não só da região, mas de todo o mundo, para que peçam responsabilidades a todos os que minem a democracia e neguem os Direitos Humanos.
Esta é uma reação que vem juntar-se às de Espanha, Argentina, Brasil, Colômbia e México, que já deixaram claro que não vão reconhecer os resultados desta votação.
Ainda antes de serem conhecidos os resultados, o comentador da Antena1 para assuntos internacionais Filipe Vasconcelos Romão lembra que é preciso cautela na análise dos resultados e diz que e expectável que os ânimos voltem a aquecer.
Venezuela a ferro e fogo na sequência da eleição em curso para a formação da Assembleia Constituinte.
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