Conflito Israel-Hamas é um dos mais destruidores e mortais do século XXI

por Lusa

O conflito Israel-Hamas atingiu seis meses de duração, e tornou-se um dos mais destruidores, mortais e intratáveis do século XXI.

Desde o ataque transfronteiriço do Hamas, em 07 de outubro, que Israel tem arrasado a Faixa de Gaza, deslocando a vasta maioria da sua população e causando a fuga de uma imensa massa humana para Rafah, a principal cidade do sul do território palestiniano.

Um retrato sintético da situação é avançado pela Organização das Nações Unidas (ONU), quando aponta que 1,1 milhões de civis palestinianos enfrentam uma insegurança alimentar "catastrófica" e 31% das crianças do norte da Faixa de Gaza com menos de dois anos estão extremamente subalimentadas.

A alimentação é escassa -- a ONU alerta para uma situação de fome generalizada - e poucos palestinianos foram capazes de sair do território cercado.

Entretanto, o Hamas continua a disparar `rockets` para Israel a partir da Faixa de Gaza, e o Hezbollah e outros grupos fazem o mesmo a partir do Líbano, desencadeando respostas israelitas. Em resultado, milhares de civis de ambos os Laos da fronteira israelo-libanesa tiveram de sair de suas casas.

O Hamas também mantém reféns que fez em 07 de outubro, bem como os corpos de alguns que morriam em cativeiro.

E as negociações para um cessar-fogo não têm fim à vista.

A AP quantificou várias dimensões do conflito, com números provenientes dos militares e do chefe do governo de Israel, do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, da Agência da ONU para a Coordenação dos Assuntos Humanitários e do seu noticiário.

A quase totalidade das mortes registadas, são de palestinianos na Faixa de Gaza - 33.091, dos quais mais de 13 mil crianças -, a que se somam 456 na Cisjordânia. Em Israel são cerca de 1.200 as contabilizadas e no Líbano 343.

Os civis têm sido as principais vítimas deste conflito.

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza não distingue civis e combatentes na sua contagem, ma avança que mulheres e crianças representam dois terços dos mortos.

Ainda no território palestiniano, recenseiam-se 224 trabalhadores humanitários mortos, incluindo pelo menos 30 durante o exercício da função, 484 trabalhadores do setor da saúde e pelo menos 95 jornalistas.

Em Israel, em 07 de outubro, foram mortos 780 civis e estrangeiros e 62 socorristas, a que acrescem, desde então, nove na fronteira norte.

Já no Líbano, há registo da morte de pelo menos 50 civis.

Quanto a combatentes, Israel assegura ter matado mais de 13 mil militantes e sofrido 256 baixas na Faixa de Gaza, que se somam aos 11 que morreram na fronteira norte e aos 314 soldados mortos em 07 de outubro. No Líbano, Israel assegura que matou pelo menos 280 militantes, na sua maioria membros do Hezbollah.

Em termos de feridos, há mais de 82 mil palestinianos desde 07 de outubro, dos quais 75.750 na Faixa de Gaza e 4.750 na Cisjordânia, enquanto do lado israelitas se compilam 1.549 militares desde o início da ofensiva e 4.834 civis em 07 de outubro.

A destruição na Faixa de Gaza é elevadíssima, conforme vários indicadores. Cerca de dois terços de edifícios e residências e 90% dos edifícios escolares estão destruídos -- 100% dos estudantes estão sem aulas - e os hospitais que funcionam são apenas 10 em 36. Aponta-se também a destruição de 227 mesquitas e três igrejas.

A população palestiniana deslocada na Faixa de Gaza ascende a 1,7 milhões de pessoas (70% do total), enquanto os israelitas forçados a sair das comunidades fronteiriças totalizam 90 mil, menos de um por cento da população.

Por fim, mencione-se que o Hamas fez 253 reféns, em 07 de outubro, dos quais 123 já foram libertados; dos outros, sabe-se que 98 estão vivos ou sem a morte confirmada, incluindo dois feitos reféns antes de 07 de outubro. Ao contrário, 36 reféns morreram durante o cativeiro, incluindo dois que estavam nessa condição antes de 07 de outubro. Do lado palestiniano, aponta-se a libertação de 240 detidos nas cadeiras israelitas durante o cessar-fogo de uma semana.

 

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