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Conflito Israel-Hamas. Charlie Hebdo acusado de "racismo e antissemitismo"

por Rachel Mestre Mesquita - RTP
Manifestação de apoio ao povo palestiniano, na Praça da República, em Paris, França, a 19 de outubro Benoit Tessier - Reuters

O jornal satírico francês Charlie Hebdo está a ser acusado de "racismo" e "antissemitismo" por vários deputados do partido da extrema-esquerda A França Insubmissa (LFI, na sigla em francês), depois de ter publicado uma caricatura de Danièle Obono, deputada do partido, com a frase "Gaza/Israel: a paz é possível! A França troca Obono por reféns israelitas".

A esquerda radical francesa, de Jean-Luc Mélenchon, está envolvida numa nova polémica, depois de o seu líder, no início do conflito, ter equiparado Israel ao grupo islâmico Hamas. Em causa está agora uma caricatura da deputada Danièle Obono ao lado de reféns israelitas do Hamas, depois de esta se ter recusado na segunda-feira, durante uma entrevista à Sud Radio, a descrever o grupo islâmico, atualmente no poder na Faixa de Gaza, como uma organização terrorista.

Na sequência da publicação do jornal satírico Charlie Hebdo, na quinta-feira, vários deputados do partido La France Insoumise condenaram o cartoon, da autoria do cartoonista Felix, com publicações nas suas contas da rede social X, ex-Twitter, onde usaram palavras fortes de indignação: "que vergonha", "náusea" ou "para vomitar".


Mathilde Panot,  líder dos deputados do LFI, escreveu "Para vomitar! A caricatura do Charlie Hebdo está a fazer o jogo dos colonialistas e assinala silenciosamente o regresso das caricaturas racistas e antisemitas".


"Que vergonha esta horrível caricatura racista e antissemita!!!! É digno dos piores jornais de extrema-direita", acrescentou Rachel Keke, outra deputada do França Insubmissa  (LFI), em resposta à publicação do jornal. Também o deputado Manuel Bompard, coordenador do partido, criticou a publicação e denunciou a presença de "racismo e antissemitismo no mesmo desenho". 

 
Vários outros deputados do partido da extrema-esquerda francesa e do partido os Verdes condenaram na quinta-feira à noite a publicação do jornal Charlie Hebdo e demonstraram solidariedade para com a colega deputada.

Depois de Danièle Obono se ter recusado a descrever o Hamas como uma "organização terrorista", e tê-lo considerado um "grupo político islâmico", "que resiste a uma ocupação", o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, anunciou que iria "remeter o caso para o procurador-geral por apologia do terrorismo".

c/agências
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