Em direto
Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto
Reportagem

Conflito a leste. A evolução ao minuto do conflito entre Rússia e Ucrânia

por RTP

Alexander Ermochenko - Reuters

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre o quadro de tensão em crescendo entre a Rússia, a Ucrânia e o Ocidente. Kiev já declarou o estado de emergência em todo o território e chamou milhares de militares reservistas. Os Estados Unidos anunciaram mais medidas de retaliação contra Moscovo, aplicando sanções ao gasoduto Nord Stream 2.

Mais atualizações

0h58 - Zelensky emocionado apela à sociedade civil russa que evite guerra

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, apelou esta quarta-feira diretamente à sociedade civil russa para que impeça uma guerra entre os dois países, num discurso emocionado, em que falou excecionalmente em russo.

"Os russos querem a guerra? Eu adoraria saber a resposta a esta pergunta. E essa resposta depende de vocês, cidadãos da Federação Russa", sublinhou o chefe de Estado ucraniano durante um discurso na madrugada de quinta-feira em Kiev, horas depois de as "repúblicas" de Donetsk e Lugansk, reconhecidas pela Rússia, terem pedido ajuda militar ao Kremlin.

Volodymyr Zelensky disse que os seus pedidos de contacto com o Presidente russo Vladimir Putin, não tiveram resposta, e que a probabilidade de haver uma guerra com a Ucrânia "depende" da Rússia.

"Se o governo russo não vem para a mesa [de negociações] connosco, talvez vá para a mesa com vocês", acrescentou.

Zelensky alertou também que a Rússia concentrou "quase 200.000 soldados e milhares de veículos de combate" na fronteira ucraniana. O chefe de Estado ucraniano adiantou ainda que a Rússia pode iniciar uma "grande guerra na Europa" nos próximos dias, com o risco de "se tornar o início de uma grande guerra na Europa", alertou no discurso.

Volodymyr Zelensky rejeitou as acusações de Moscovo de que o seu país representa uma ameaça à Rússia e alertou que uma invasão russa custaria dezenas de milhares de vidas, garantindo que a Ucrânia se defenderá de uma agressão.

"Mas se formos atacados, se enfrentarmos uma tentativa de nos tirarem o nosso país, a nossa liberdade, as nossas vidas e a vida de nossos filhos, vamo-nos defender. Quando nos atacarem, verão os nossos rostos, não as nossas costas", assegurou.


00h20 - MNE português amite que invasão pode estar iminente

O Ministro português dos Negócios Estrangeiros admite que um ataque de larga escala da Rússia à Ucrânia pode acontecer nas próximas horas.

Augusto Santos Silva diz que esse é um cenário que consta das informações que o Ministério obteve junto de outros aliados da NATO. O representante da diplomacia portuguesa garante, de resto, uma total articulação entre o governo português, a Presidência e o PSD.


23h50 - Rússia concentrou "quase 200.000 soldados" na fronteira, afirmou Zelensky

A Rússia concentrou "quase 200.000 soldados" na fronteira ucraniana, disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, num discurso na madrugada de quinta-feira em Kiev em que apelou diretamente ao povo russo para impedir uma guerra.

"Quase 200.000 soldados e milhares de veículos de combate estão posicionados" na fronteira, declarou Zelensky num discurso à Nação, horas depois de as "repúblicas" de Donetsk e Lugansk, reconhecidas pela Rússia, terem pedido ajuda militar ao Kremlin.

Dirigindo-se ao povo russo na língua russa, Volodymyr Zelensky disse a que os seus pedidos de contacto com o Presidente Vladimir Putin, não tiveram resposta, e que a probabilidade de haver uma guerra com a Ucrânia "depende" da Rússia.

"Tomei hoje a iniciativa de ter uma conversa por telefone com o Presidente da Federação Russa. Resultado: silêncio", expressou.

Zelensky adiantou ainda que a Rússia pode iniciar uma "grande guerra na Europa" nos próximos dias. Uma invasão poderá começar em "qualquer dia", com o risco de "se tornar o início de uma grande guerra na Europa", alertou no discurso.

Também após o pedido de ajuda militar pelas duas autoproclamadas repúblicas populares na região ucraniana do Donbass, a Ucrânia voltou a solicitar uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU, que seria a segunda esta semana.



23h36 - EUA dizem que eventual guerra pode gerar cinco milhões de deslocados

A embaixadora norte-americana nas Nações Unidas afirmou, est quinta-feira, que cerca de cinco milhões de pessoas poderão ser forçadas a sair de suas casas caso a Rússia "continue neste caminho" de "guerra", criando uma nova crise de refugiados. Num debate da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a situação dos "territórios ucranianos temporariamente ocupados", a embaixadora Linda Thomas-Greenfield declarou que pode estar em causa uma das maiores crises de refugiados da atualidade.

"Se a Rússia continuar nesse caminho, pode – de acordo com as nossas estimativas – criar uma nova crise de refugiados, uma das maiores crises que o mundo enfrenta hoje, com até cinco milhões de pessoas deslocadas pela guerra escolhida pela Rússia e pressionando os vizinhos da Ucrânia", disse Linda Thomas-Greenfield.

Além disso, segundo a diplomata norte-americana, as ações da Rússia podem causar um aumento nos preços dos alimentos em países em desenvolvimento e intensificar ainda mais a fome em lugares como Líbia, Iémen e Líbano, uma vez que a Ucrânia é um dos maiores fornecedores de trigo do mundo.

"As ondas gigantes de sofrimento que esta guerra causará são inimagináveis", frisou a norte-americana.

"Até ao momento, a guerra da Rússia no leste da Ucrânia já matou mais de 14.000 pessoas. Quase três milhões de ucranianos – metade dos quais são idosos e crianças – precisam de comida, abrigo e outras ajudas para salvar vidas. E, claro, os russos comuns deveriam estar perguntando quantas vidas russas [Vladimir] Putin [Presidente da Rússia] está disposto a sacrificar para alimentar as suas ambições", acrescentou a embaixadora.

22h14 – MNE francês ordena retirada imediata dos cidadãos nacionais da Ucrânia

O Ministério francês dos Negócios Estrangeiros acaba de ordenar a retirada imediata de todos os cidadãos franceses na Ucrânia.

“No contexto das intensas tensões criadas pela concentração de tropas russas nas fronteiras da Ucrânia e da decisão russa de reconhecer a independência das províncias de Donetsk e Lugansk, e face ao estabelecimento do estado de urgência decidido hoje pelo Parlamento ucraniano, os cidadãos franceses na Ucrânia devem deixar este país sem demora”, indicou o Ministério.

Também não é recomendado viajar para a Ucrânia até novo aviso.

Qualquer viagem para as áreas fronteiriças no norte e leste do país é estritamente desencorajada.

21h40 – Moscovo anuncia pedido de ajuda dos separatistas para combate contra Kiev

O Kremlin anunciou hoje que os líderes das autoproclamadas repúblicas separatistas pró-Rússia, no leste da Ucrânia, pediram ajuda ao presidente russo Vladimir Putin para "repelir a agressão" dos militares ucranianos.

Segundo o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, citado pelos `media` estatais da Rússia, as duas regiões separatistas de Donetsk e Lugansk "solicitaram ajuda do presidente para repelir a agressão das forças armadas ucranianas, evitando assim mortes de civis e prevenindo uma catástrofe humanitária”.

Este apelo, se for aceite, pode significar o envolvimento militar direto da Rússia no leste da Ucrânia, confirmando os receios dos países ocidentais de que Moscovo está a preparar uma invasão ao país vizinho.


21h37 – Cuba acredita que Rússia "tem o direito de se defender" de ameaças

O Governo de Cuba sustentou hoje que a Rússia "tem o direito de se defender", pedindo que Estados Unidos e NATO respondam aos "pedidos legítimos de garantias de segurança" de Moscovo na crise ucraniana.

A "determinação dos Estados Unidos de impor a expansão progressiva da NATO para as fronteiras da Federação Russa constitui uma ameaça à sua segurança nacional e à paz regional e internacional", considerou o Ministério cubano dos Negócios Estrangeiros, citado em comunicado, advogando "uma solução diplomática através de um diálogo construtivo e respeitoso".

No texto, o ministério adianta que os Estados Unidos "há semanas ameaçam a Rússia e manipulam a comunidade internacional sobre os perigos de uma iminente invasão em massa da Ucrânia", fornecendo armas e desdobrando tropas nos países vizinhos.

21h28 – “NATO é a âncora para a segurança da Europa”, diz ministro da Defesa

No Telejornal, João Gomes Cravinho lembrou ainda que "a NATO é a âncora para a segurança da Europa e é assim desde 1949, quando a NATO foi criada", para explicar que a União Europeia não tenha forças militares próprias.

Além disso, "o desenvolvimento de uma identidade europeia de defesa, que Portugal apoia fortemente, é entendida como complementar e não alternativa em relação à NATO", referiu.

"Isto porque a União Europeia tem alguns interesses estratégicos que não coincidem com os da NATO, em África, no Golfo da Guiné ou na região do Sahel", lembrou Gomes Cravinho. "São áreas em que a UE tem de ter alguma capacidade de atuação própria, de comando e controlo".

Na atual crise, disse o ministro da Defesa, "a NATO é a instituição em que todos os países europeus membros" da Aliança, 21 dos 27, se encontram, pelo que "não está aqui em causa a utilização da União Europeia como entidade militar para contrapor à situação que se vive na Ucrânia".

"Pelo contrário, o que se verifica aqui é uma grande complementaridade, porque quem está em ação hoje é a União Europeia, não é a NATO, com sanções fortemente penalizadoras para a economia russa", sublinhou ainda Gomes Cravinho.

21h09 – Portugal pronto a participar em ações NATO em caso de ameaça

O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, esteve no Telejornal e explicou que a participação portuguesa na Força de Reação Rápida da NATO se deve à rotatividade, à semelhança de outros países membros.

"Não há para já nenhuma ativação" desta força, acrescentou. "Tem de haver primeiro um pedido nesse sentido das autoridades militares da NATO e em segundo lugar tem de haver o procedimento constitucionalmente estabelecido em Portugal".

Uma ameaça a países da NATO poderá levar, contudo, a esse primeiro pedido, admitiu João Cravinho, e "Portugal participará solidariamente".

O ministro da Defesa revelou ainda que Portugal tem estado a dar "apoio não letal" à Ucrânia num quadro "de amizade" com aquele país, especificando que se tratou de "coletes, capacetes", além de tratamento hospitalar a militares ucranianos feridos em combate.

"Não está previsto neste momento dar apoio em termos de armas letais", afirmou.

João Cravinho lembrou ainda que, em caso de ataque aos países bálticos, Letónia, Estónia e Lituânia, a NATO deverá acionar o "famoso artigo 5", que diz que "um ataque contra um é um ataque contra todos", incluindo Portugal.

21h05 – Mil militares portugueses na Força de Reação Rápida da NATO

Portugal participa na missão de elevada prontidão da NATO. São cerca de mil militares portugueses à disposição da Força de Reação Rápida da Aliança Atlântica.

20h59 – Com que conta a Ucrânia para enfrentar a Rússia?

As forças armadas ucranianas têm cerca de 260 mil elementos e conta com 200 mil reservistas que já foram chamados além de centenas de milhares de civis treinados.

A enviada especial da RTP à Ucrânia sublinha que o exército local foi obrigado a modernizar-se devido ao conflito de baixa intensidade dos últimos 8 anos no leste do país.

O Governo do país afirma ter já planos para enfrentar todas as eventualidades, sem abrir o jogo.

20h51 – Vladimir Putin pode usar armas hipersónicas contra a Ucrânia

Entre as novas armas sem igual que a Rússia possui, consoante anunciou o Presidente Vladimir Putin, deverão estar armas hipersónicas apresentadas há cerca de três anos ou desenvolvidas recentemente.

O correspondente da RTP em Moscovo sublinha contudo que a maior aposta de Putin será a relutância do mundo ocidental em envolver-se num conflito local.

A Ucrânia poderá cair numa armadilha semelhante à que se abateu sobre a Ossétia do Sul.

20h46 – EUA preparam vagas sucessivas de sanções conforme situação no terreno

A Casa Branca estuda novas sanções à Rússia, em estreita colaboração com os seus aliados, sobretudo na Europa.

Preveem-se vagas sucessivas de sanções consoante a situação no terreno, como conta o correspondente da RTP em Washington, João Ricardo Vasconcelos.

20h43 – Ucrânia reforça segurança em locais estratégicos

Com a declaração do estado de emergência, o Estado ucraniano intensifica a vigilância da circulação junto a locais estratégicos.

O reforço dos dispositivos de vigilância já está em curso, como testemunhou a enviada especial da RTP em Kiev, Cândida Pinto.

O Presidente da Ucrânia voltou contudo a apelar as suas tropas para apenas recorrer a ações de defesa.

20h35 – Rússia encerra embaixada na Ucrânia com 80% do exército junto à fronteira

Moscovo encerrou a sua embaixada em Kiev, Ucrânia, entre acusações de agressão repetida da Ucrânia aos territórios separatistas do leste.

O encerramento da embaixada parece ser mais um sinal de que o exército russo se prepara para entrar na Ucrânia em larga escala.

O correspondente da RTP em Moscovo nota que o presidente Vladimir Putin prossegue o seu jogo de intimidação.

20h20 – Rússia diz possuir armas novas, potentes e sem igual

Vladimir Putin anunciou que a Rússia tem novas armas sem igual no mundo. A Rússia criticou ainda o secretário-geral da ONU, António Guterres, por "ceder às pressões do Ocidente".

20h12 – Tropas russas ameaçam também independência da Bielorrússia, diz opositora

A opositora bielorrussa Svetlana Tikhanovskaya alertou hoje que as dezenas de milhares de tropas russas em manobras conjuntas na Bielorrússia, que os ocidentais temem poder ser usadas num ataque à Ucrânia, também ameaçam a independência do seu país.

A Bielorrússia deve lutar pela "sua independência" e contra a "ditadura", defendeu Tikhanovskaya, que se encontra exilada, numa entrevista hoje à agência francesa France-Presse.

Considerada pelo Ocidente a verdadeira vencedora da eleição presidencial de agosto de 2020, a opositora bielorrussa disse estar horrorizada com o referendo que se realiza domingo sobre alterações constitucionais na Bielorrússia, para permitir que o presidente, Alexander Lukashenko, autorize a instalação de armas nucleares russas na antiga república soviética.

20h05 - Alemanha e França acusam Putin de "destruir" Acordos de Minsk

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha e França acusaram hoje a Rússia de ter "destruído" os Acordos de Minsk ao reconhecer como independentes os dois territórios separatistas no leste da Ucrânia, embora mantenham aberta a janela do diálogo.

"Os Acordos de Minsk foram destruídos unilateralmente", realçou a ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, numa conferência de imprensa em Berlim junto do homólogo francês, Yves Le Drian.

Baerbock frisou que o Presidente russo, Vladimir Putin, assinou estes acordos, mas que agora "aqueles papéis não têm valor".

Também o responsável pela diplomacia francesa referiu que Putin não cumpriu com as suas declarações "públicas e privadas", as últimas feitas em conversas com o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz.

Yves Le Drian assegurou, no entanto, que "a mão [da diplomacia] ainda está estendida" e que não há nada pior que um "confronto militar".

19h59 – Ucrânia aprova estado de emergência

O Parlamento ucraniano acaba de aprovar o estado de emergência em todo o país, exceto nas duas regiões a leste onde já vigora desde 2014.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, tinha proposto na quarta-feira a declaração de estado de emergência devido à ameaça russa.

Esta medida extraordinária, que entra em vigor na quinta-feira durante 30 dias, foi aprovada por larga maioria, com os votos de 335 dos 339 deputados, quando o mínimo exigido para a aprovação era o voto favorável de 226 parlamentares.

19h57 – Reuniões de líderes da UE são presenciais e sem dispositivos eletrónicos na sala por receio de escutas russas

Os 27 Estados-membros da UE, que amanhã vão reunir de emergência, querem encontrar formas de responsabilizar o regime de Moscovo por eventuais novas ações que sejam implementadas na Ucrânia.

Querem ainda discutir novas medidas de apoio ao Governo ucraniano e ao povo desse país.

Todas as reuniões da UE em que se falou da política a leste, envolvendo Rússia e Ucrânia, são presenciais e sem dispositivos eletrónicos na sala, por receio de que os 27 líderes possam de algum modo ser escutados pelo regime russo.

O correspondente da RTP em Bruxelas, Duarte Valente, está a acompanhar a situação.
19h42 – Casa Branca e Departamento de Estado vão dar conferência de imprensa

Depois do anúncio de sanções ao gasoduto Nord Stream 2, está marcada para esta quarta-feira uma conferência de imprensa conjunta da secretária de imprensa da Casa Branca e do Departamento de Estado norte-americano.

O correspondente da RTP em Washington, João Ricardo Vasconcelos, está a acompanhar o desenrolar da situação.

A aparente leveza das sanções iniciais pode não corresponder à realidade, uma vez que nunca a Casa Branca tinha bloqueado totalmente qualquer instituição financeira russa, como agora aconteceu.

19h24 – Joe Biden anuncia sanções contra gasoduto Nord Stream 2

Biden acaba de anunciar que a sua Administração vai impor sanções à Nord Stream 2 AG, empresa encarregada de construir o gasoduto Nord Stream 2 da Rússia.

“Desde que a Rússia começou a destacar tropas na fronteira ucraniana, os Estados Unidos têm trabalhado de perto com os nossos aliados e parceiros numa resposta forte e unificada, lê-se num comunicado de Joe Biden.

“A Alemanha tem sido um dos líderes nesses esforços, e agora coordenámos a nossa reposta para travar o gasoduto Nord Stream 2 se a Rússia continuar a invadir a Ucrânia”.

"Hoje, ordenei à minha Administração que imponha sanções à Nord Stream 2 AG e aos seus membros", declarou. “Este é mais um passo do nosso pacote de sanções iniciais em resposta às ações da Rússia na Ucrânia".

19h10 – Ucrânia receia ataques a estruturas fundamentais para o funcionamento do país

A Ucrânia, que hoje deve declarar Estado de Emergência no país, quer desse modo ter um melhor controlo dada a possibilidade do carácter híbrido deste conflito com a Rússia.

Há receios de que algumas estruturas fundamentais para o funcionamento do país sejam alvo de ataques, nomeadamente centrais elétricas.

Colado a este Estado de Emergência, ainda por aprovar no Parlamento ucraniano, está também a verificação do trânsito em todo o território. As autoridades estão a verificar a identidade de quem circula, essencialmente, junto a infraestruturas públicas e serviços do Governo.

Esta tarde, junto ao Parlamento, verificou-se um aparato policial diferente do habitual.

18h54 – PM britânico corrige que Roman Abramovich não está sujeito a sanções

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, corrigiu hoje uma declaração anterior no Parlamento a propósito do conflito entre a Rússia e Ucrânia, esclarecendo que o multimilionário russo Roman Abramovich não está sujeito a sanções do Reino Unido.

Durante o anúncio de um pacote de sanções sobre cinco bancos russos e três empresários considerados próximos do presidente, Vladimir Putin, Boris Johnson foi questionado pela oposição porque não alargava as medidas a outros chamados oligarcas.

O primeiro-ministro disse, erradamente, que "Abramovich já é sujeito a sanções", mas hoje esclareceu formalmente que "Roman Abramovich não foi alvo de medidas direcionadas".

O proprietário do clube de futebol Chelsea, que em 2021 obteve a nacionalidade portuguesa através da lei que beneficia os descendentes de judeus sefarditas expulsos no final do século XV, teve até há quatro anos um visto de investidor no Reino Unido.

18h35 – UE muito determinada em libertar-se da dependência do gás russo

A presidente da Comissão Europeia assumiu esta quarta-feira como essencial a aposta numa estratégia de maior independência energética por forma a reduzir o mais possível a dependência do gás proveniente da Rússia.

Ursaula Von der Leyen acusou Moscovo de instrumentalizar a questão energética, mas o objetivo de Bruxelas pode ser de difícil concretização, como conta o jornalista João Alexandre.

18h24 – Presidente do Parlamento Europeu convoca bancadas para reunião de urgência

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, marcou hoje uma reunião extraordinária com os líderes dos partidos políticos para quinta-feira devido aos "desenvolvimentos dramáticos na Ucrânia", para discutir a coordenação da resposta europeia à ofensiva russa.

"Considerando os últimos desenvolvimentos dramáticos na Ucrânia, a presidente Metsola convocou para quinta-feira de manhã uma reunião extraordinária da Conferência dos Presidentes [líderes dos partidos políticos]", anunciou o gabinete da líder da assembleia europeia, numa nota enviada à Lusa.

Presentes na reunião, que decorre em formato híbrido e que será "uma oportunidade para trocar pontos de vista" sobre a crise de segurança ucraniana, estarão também os presidentes da Conselho Europeu, Charles Michel, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Espera-se que, na reunião, sejam abordados os vários aspetos da crise, incluindo a condenação da União Europeia à "agressão russa contra a Ucrânia, a violação do direito internacional e dos Acordos de Minsk, o apoio da UE à independência e integridade territorial da Ucrânia e a rápida adoção de sanções pelo Conselho", elenca o gabinete de Roberta Metsola na nota.

A reunião visa, ainda, "expressar solidariedade com o povo da Ucrânia e recordar a importância da unidade contínua da UE", adianta.

18h16 – Analistas antecipam que tensão faça disparar preço do trigo

Henrique Tomé, analista da corretora XTB, referiu à agência Lusa que "tanto a Rússia como a Ucrânia têm um papel importante no que diz respeito à exportação de cereais à escala mundial", com "ambos os países a representarem cerca de 30% da exportação".

"No caso de existir efetivamente um conflito armado, os preços de determinadas matérias-primas, além do petróleo e gás natural, poderão subir substancialmente. Como por exemplo, o preço do trigo, que por sua vez terá um impacto sobre os bens alimentares pagos pelos consumidores", explicou.

O analista estima que o trigo "é dos cereais que poderá registar a maior subida dos preços", salientando que "os preços já subiram cerca de 9% este ano".

18h04 - Países Baixos convocaram embaixador russo em Haia

De acordo com a agência France-Presse (AFP), na terça-feira "os Países Baixos convocaram, de facto, o embaixador da Rússia", disse uma porta-voz do ministério neerlandês.

"Os Países Baixos claramente fizeram saber ao embaixador da Rússia que as recentes ações da Rússia são inaceitáveis e que terão graves consequências", acrescentou a porta-voz.

A Áustria, o Reino Unido e o Canadá também convocaram os respetivos embaixadores russos na terça-feira.

17h50 - Guterres denuncia "violações" de Moscovo e adverte que mundo enfrenta perigo

O secretário-geral da ONU, António Guterres, insistiu hoje que o mundo enfrenta "um momento de perigo" e denunciou as "violações" da Rússia na Ucrânia, falando na abertura de uma reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas.

"A decisão da Rússia de reconhecer a chamada `independência` das regiões de Donetsk e Lugansk - e o que se seguiu - são violações da integridade territorial e soberania da Ucrânia e são incompatíveis com os princípios da Carta das Nações Unidas", disse.

A participação do secretário-geral não estava inicialmente prevista nesta reunião, que se realiza anualmente, mas Guterres decidiu participar depois de cancelar uma viagem a África e regressar antecipadamente a Nova Iorque.

17h47 – Dois comboios russos com equipamentos militares vistos a circular em direção à Ucrânia

Dois comboios com equipamentos militares foram vistos nas últimas horas a dirigirem-se à cidade de Donetsk, no leste da Ucrânia, vindos da Rússia.

Segundo a agência Reuters, um dos comboios trazia nove tanques e um veículo de combate de infantaria, enquanto o outro era composto por camiões e tanques.

17h40 – Ucrânia parece preparar-se para uma guerra longa

Mantém-se a incógnita sobre o próximo passo do presidente Vladimir Putin. Os ucranianos não sabem se os militares russos vão ficar apenas na zona leste do país ou se, por outro lado, começarão a avançar para o sul, fazendo assim uma ligação à Crimeia.

A enviada especial da RTP em Kiev, Cândida Pinto, constatou que a Ucrânia parece estar a preparar-se para uma guerra longa.

Até há cerca de uma semana, a população afastava essa possibilidade e acreditava que o conflito, como tem acontecido nos últimos oito anos, ficaria circunscrito à região fronteiriça do Donbass.

Agora, porém, as preocupações dos ucranianos elevaram-se e muitos estão a colocar as famílias fora do país.

17h31 – Ucrânia só ficará satisfeita “quando o último soldado russo se retirar” do seu território

O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros disse esta quarta-feira que só ficará satisfeito quando “o último soldado russo se retirar do território ucraniano”.

“Até lá, não posso estar plenamente satisfeito”, explicou Dmytro Kuleba aos jornalistas.

Questionado sobre as conversações com os Estados Unidos no último dia, o responsável avançou que os EUA lhe transmitiram “três mensagens muito claras”.

A primeira foi que “irão apoiar a Ucrânia, independentemente do que acontecer”.

A segunda mensagem foi que os EUA continuarão a fornecer à Ucrânia “armas defensivas para que possamos defender melhor o nosso país – mas ficaríamos muito satisfeitos se nunca tivéssemos de usar essas armas no campo de batalha, pois queremos a paz”, adiantou Kuleba.

Por último, Washington transmitiu que “haverá mais sanções dolorosas dos Estados Unidos sobre a Rússia, executadas em coordenação estreita com os aliados na Europa e resto do mundo, no sentido de garantir a sua máxima eficiência”.

“Os nossos parceiros não deverão esperar que os misseis russos atinjam a Ucrânia ou invadam o nosso espaço aéreo para que sejam impostas as novas sanções”, considerou o ministro ucraniano.

17h10 – Sanções ainda não preocupam russos, mas terão efeitos a longo prazo

As sanções anunciadas no último dia pela UE e EUA não estão ainda a preocupar os russos, que as consideram “brandas”.

Alguns milionários russos tinham já sido alertados por Vladimir Putin há três anos de que não deveriam ter toda a fortuna em seus nomes, mas sim distribuída por familiares.

No entanto, a longo prazo, os russos de classe média e baixa vão sentir os efeitos das sanções nos preços de bens alimentares e até nas suas pensões, que serão reduzidas.

O correspondente da RTP na Rússia, Evgueni Mouravitch, explica que os órgãos de comunicação social do Estado russo deverão em breve começar a lançar propaganda, persuadindo os habitantes de que a culpa é das intrigas do Ocidente.

16h49 – Um soldado ucraniano morreu e outro foi ferido na frente leste

Um soldado ucraniano foi morto hoje, e outro ficou ferido, num bombardeamento realizado por separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, informou o Exército ucraniano.

As Forças Armadas da Ucrânia não esclareceram o local exato do ataque, dizendo apenas, num comunicado, que um soldado "morreu com ferimentos" e outro sobreviveu, também com ferimentos durante o bombardeamento.

16h37 – Espanha recomenda aos seus cidadãos que abandonem Ucrânia “o mais rápido possível”

O ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros acaba de recomendar aos espanhóis na Ucrânia que abandonem temporariamente esse país o mais rápido possível.

“Recomendamos a saída temporária do país assim que possível e alertamos contra a realização de viagens à Ucrânia sob quaisquer circunstâncias”, disse o ministro José Manuel Albares a um comité parlamentar, segundo a agência Reuters.

O responsável indicou ainda que pelo menos 334 espanhóis continuam em território ucraniano.

16h15 – NATO alerta que “risco de conflito é real”

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou esta quarta-feira que “há muita coisa em risco na crise” provocada pela Rússia.

“O risco de conflito é real. A Rússia está a usar a força e ultimatos não só para redesenhar as fronteiras na Europa, mas também para tentar rescrever toda a arquitetura de segurança global”, alertou numa conferência conjunta com o primeiro-ministro holandês.

15h35 – Rússia promete "resposta forte" às sanções dos Estados Unidos

A Rússia prometeu hoje uma "resposta forte" às sanções que lhe foram impostas pelos Estados Unidos, incluindo restrições às transações da dívida soberana russa.

"Não deve haver dúvidas de que as sanções terão uma resposta forte, não necessariamente simétrica, mas ponderada e sensível para o lado dos EUA", disse o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros numa declaração citada pela agência espanhola EFE.

O ministério liderado por Sergei Lavrov disse que se trata da 101.ª série de sanções contra Moscovo e acusou os EUA de quererem "tentar mudar o rumo da Rússia".

"Apesar da futilidade óbvia dos esforços feitos ao longo dos anos para dificultar o desenvolvimento da nossa economia, os EUA estão mais uma vez a utilizar instrumentos restritivos que são ineficazes e contraproducentes do ponto de vista dos interesses dos EUA", disse.

Para a diplomacia de Moscovo, a Rússia tem demonstrado que é capaz de minimizar os danos, apesar de todos os custos das sanções. "Além disso, a pressão das sanções não pode afetar a nossa determinação de defender firmemente os nossos interesses", afirmou.

15h28 – Bancos ucranianos afetados por possível ciberataque

O ministro ucraniano da Transformação Digital adiantou entretanto que vários bancos ucranianos foram também atingidos esta quarta-feira, depois de vários sites estatais terem começado a falhar esta tarde.

O ministro indicou à agência Interfax que o ciberataque visou vários serviços de instituições ucranianas, incluindo também o Ministério da Saúde.

Acrescentou ainda que se trata de um ataque DDOS, ou Distributed Denial of Service, que visam sobrecarregar os sites ao inundar uma rede com “tráfego falso”, impedindo que ela opere normalmente.

15h22 - Convocada para amanhã em Bruxelas uma cimeira extraordinária de líderes para discutir a situação na Ucrânia

Os líderes vão debater a forma de responsabilizar a Rússia pelas suas ações e aumentar o apoio à Ucrânia e ao povo ucraniano.

"É importante que continuemos unidos e determinados e que definamos conjuntamente a nossa abordagem e ações coletivas", disse o chefe do Conselho Europeu, Charles Michel, em comunicado esta quarta-feira.

"O uso da força e da coerção para mudar fronteiras não tem lugar no século XXI. Convoco um Conselho Europeu especial para amanhã [quinta-feira] em Bruxelas para discutir os últimos desenvolvimentos relacionados com a Ucrânia e a Rússia", anunciou.

A cimeira será realizada em formato presencial e está agendada para as 20h00 de Bruxelas (19h00 de Lisboa).

15h06 - Ucrânia. Sites do Governo, Ministério dos Negócios Estrangeiros e Parlamento estão inacessíveis

Vários sites estatais ucranianos, incluindo as páginas do Governo e do MNE, estavam inacessíveis ao início da tarde de quarta-feira. As autoridades ucranianas tinham alertado já esta semana para os avisos de que hackers russos estariam a preparar grandes ciberataques a agências governamentais, bancos e ao setor de Defesa.

14h59 - Invasão em larga escala deve acontecer "nas próximas 48 horas"

De acordo com a informação recolhidas pelas autoridades norte-americanas e entretanto transmitidas aos responsáveis ucranianos, a Rússia prepara-se para desencadear uma invasão em larga escala do país "nas próximas 24 horas".

"O presidente da Ucrânia foi avisado que a Rússia irá provavelmente iniciar uma invasão dentro de 48 horas", adiantou um funcionário dos EUA à revista norte-americana Newsweek.

14h27 - "Perversão obscena". Austrália critica Moscovo por dizer que soldados russos na Ucrânia são "forças de manutenção de paz"

Durante uma visita a Praga, República Checa, a ministra australiana dos Negócios Estrangeiros considerou que é "uma perversão obscena" classificar as tropas russas na Ucrânia como forças de manutenção de paz.

"A afirmação do presidente Putin de que os soldados russos estão a atuar como forças de manutenção de paz é uma perversão obscena do papel nobre e vital que várias gerações de forças pacíficas desempenharam em todo o mundo", apontou.

Marise Payne adiantou ainda que Camberra não hesitará a impor mais sanções se a Rússia agravar ainda mais a situação.

"Qualquer sugestão de que há uma base legítima para as ações da Rússia é pura propaganda e desinformação", afirmou ainda.

14h14 - Erdogan ao telefone com Putin: "A Turquia não reconhecerá nenhuma medida que afete a integridade territorial da Ucrânia"

O presidente turco, Tayyip Erdogan, falou ao telefone com Vladimir Putin esta quarta-feira para garantir que a Turquia não irá reconhecer medidas que afetem a integridade territorial da Ucrânia.

"A Turquia não reconhecerá nenhuma medida que afete a soberania e a integridade territorial da Ucrânia", informou a presidência turca.

Neste telefonema, Erdogan repetiu ainda a oferta turca para mediar o conflito e ajudar a encontrar uma solução diplomática, adianta o gabinete de Erdogan.

"O presidente Erdogan, que renovou o apelo para que o problema seja resolvido pela via do diálogo, afirmou que é importante colocar a diplomacia em primeiro plano e que a Turquia também mantém a postura construtiva no âmbito da NATO", acrescenta o gabinete do líder turco.

14h11 - Ucrânia exige "garantias de segurança" imediatas ao Ocidente e a Moscovo

O presidente ucraniano exigiu esta quarta-feira "garantias de segurança" para o país. "A Ucrânia precisa de garantias de segurança claras e concretas de imediato", tanto do Ocidente como da Rússia, afirmou o chefe de Estado ucraniano.

13h45 - Em caso de guerra, Ucrânia vai pedir à Turquia que feche o acesso da Rússia ao Mar Negro

A Ucrânia vê a presença de navios de guerra russos perto de suas fronteiras no Mar Negro como uma ameaça e pedirá à Turquia que considere fechar duas vias de acesso para navios russos em caso de invasão.

A informação foi confirmada esta quarta-feira pelo embaixador ucraniano na Turquia, Vasyl Bodnar. Pede a Ancara que feche os acessos ao "estado agressor" em caso de conflito aberto.

A Turquia faz fronteira com a Ucrânia e com a Rússia através do Mar Negro. O país, membro da NATO, opõe-se às sanções aplicadas a Moscovo, mas considera que o reconhecimento russo das repúblicas ucranianas como independentes é uma medida inaceitável.

13h32 - Polónia e Lituânia defendem que Ucrânia merece estatuto de candidata à UE devido aos atuais desafios de segurança

Varsóvia e Vilnius fizeram esta quarta-feira uma declaração conjunta em que apelam para que a Ucrânia seja reconhecida como candidata a entrar na União Europeia.

A declaração foi assinada pelo presidente polaco Andrzej Duda, o homólogo lituano Gitanas Nauseda e ainda o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski e menciona os "atuais desafios de segurança" que visam a Ucrânia. 

Para além de pedirem o estatuto de candidata à União Europeia para Kiev, os três líderes apelam à comunidade internacional para uma "rápida introdução" de sanções "robustas" contra a Rússia.

13h29 - "Futuro da segurança europeia" está a ser decidido na Ucrânia, diz Zelensky

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou esta quarta-feira que "o futuro da segurança europeia" está a ser decidido na Ucrânia, país onde se teme uma invasão russa iminente.

"Estamos unidos na convicção de que o futuro da segurança europeia está a jogar-se na na nossa casa neste exato momento. Nn Ucrânia", declarou Zelensky ao receber represetantes polacos e lituanos em Kiev.

12h56 - Reino Unido vai prestar mais apoio militar à Ucrânia

O Reino Unido fornecerá à Ucrânia mais apoio militar, incluindo armas de defesa, de acordo com o primeiro-ministro britânico Boris Johnson.

"À luz do comportamento cada vez mais ameaçador da Rússia e de acordo com nosso apoio anterior, o Reino Unido em breve fornecerá mais um pacote de apoio militar à Ucrânia. Isso incluirá ajuda letal na forma de armas de defesa e ajuda não letal", anunciou Johnson no Parlamento do Reino Unido esta quarta-feira.

12h46 - Comissão Permanente da AR vai debater Ucrânia com MNE na quinta-feira

O ministro dos Negócios Estrangeiros vai ser ouvido na Comissão Permanente da Assembleia da República na quinta-feira sobre a situação da Ucrânia, confirmou hoje a conferência de líderes.

12h27 - Metade dos russos apoia guerra para que Ucrânia fique de fora da NATO

Uma sondagem revelada hoje pela CNN conclui que metade dos russos inquiridos concorda com o uso da força para evitar que a Ucrânia adira à NATO. O inquérito foi realizado pela empresa Savanta ComRes e conclui que apenas 25% dos russos considera que seria errado recorrer ao exército contra Kiev.

Outros 25% não tem a certeza sobre qual a melhor opção para resolver a atual crise.

12h12 - Ministro russo da Defesa é um dos alvos das sanções da UE

Um novo pacote de sanções da UE contra a Rússia deverá ser anunciado esta quarta-feira.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, o ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, e os comandantes-chefes da Força Aérea Russa e da Frota do Mar Negro deverão ser visados por novas sanções, a par dos 351 deputados da Duma.

12h05 - Em Portugal, consumidores de gás natural vão sentir aumento "inevitável" do preço, admite o ministro do Ambiente

Em declarações aos jornalistas esta manhã de quarta-feira, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, admitiu que quem consome diretamente gás natural vai sentir aumento "inevitável" dos preços devido à situação na Ucrânia.

"Quem usa diretamente gás natural, vai sentir esse aumento porque é inevitável, Portugal não fixa esse preço, é o preço de uma `commodity` [matéria-prima], que é fixado a nível mundial", adiantou.

Ainda que cerca de 35% da eletricidade em Portugal seja gerada a partir de gás natural, o governante lembrou que se trata de um aumento de preço na origem que não significa um aumento para os consumidores.

"Quem está no mercado regulado não vai sentir esse aumento, mas sobretudo os produtores industriais, apesar do esforço que o Governo fez para que quase não tivesse havido aumentos, reconhecidamente têm contratos mais curtos e, portanto, esse risco [de aumento dos preços] existe", acrescentou o ministro.

O aumento de preços do gás natural deverá ser impulsionado pela decisão da Alemanha de interromper o processo de certificação do gasoduto Nord Stream 2, que iria distribuir gás russo diretamente para o país.

11h46 - As linhas de ação em Kiev: convocar reservistas, declarar emergência, proteger cidadãos em território russo

Durante a manhã desta quarta-feira, as autoridades ucranianas adotaram um conjunto de medidas tendo em vista a proteção dos cidadãos.

Em resumo:
- O Parlamento deverá aprovar nas próximas horas a declaração do estado de emergência em todo o território. A decisão segue uma recomendação do Conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia.
- O estado de emergência deverá vigorar pelo menos por 30 dias e permite ao Governo adotar decisões excecionais, como a imposição de recolher obrigatório.
- Pelo menos 36 mil reservistas militares ucranianos com idades entre os 18 e os 60 anos já começaram a ser chamados. Estes militares terão de cumprir serviço durante um ano.
- Com a iminente escalada do conflito, Kiev apela a todos os cidadãos ucranianos que abandonem a Rússia. São cerca de três milhões, segundo as estimativas.
 
11h31 - Ucrânia prepara-se para declarar estado de emergência

A BBC avança esta manhã que Kiev se prepara para declarar estado de emergência no país após decisão do Conselho de Segurança e Defesa do país. A decisão terá ainda de ser aprovada no Parlamento.

No mesmo sentido, o jornal The Guardian cita Alexei Danilov, secretário do conselho, que indicou aos jornalistas que o estado de emergência será declarado em toda a Ucrânia, excepto nas regiões de Luhansk e Donetsk, onde já está em vigor há vários anos.

O estado de emergência deverá durar 30 dias e permite ao Governo o estabelecimento de um controlo restrito no território, incluindo restrições de movimento e recolher obrigatório.

Alexei Danilov confirma também que o país já está a convocar os primeiros 36 mil reservistas militares.

11h22 - UE e EUA disparam sanções contra a Rússia. Quais são os alvos?

Os EUA anunciaram na noite de terça-feira um conjunto de sanções económicas abrangentes direcionadas à Rússia, por aquilo que o presidente Joe Biden apelidou de “o início de uma invasão russa da Ucrânia”. A União Europeia também aprovou um pacote de sanções para “afetar a Rússia”. Conheça aqui as sanções mais relevantes que já foram anunciadas. 



11h13 - China acusa EUA de criarem "medo e pânico" sobre a situação na Ucrânia

O porta-voz do MNE chinês, Hua Chunying, afirmou que a China se opõe a novas sanções unilaterais impostas à Rússia e acusa os Estados Unidos de estarem a alimentar a tensão na Ucrânia.

"Ao contrário dos EUA, que continuam a enviar armas para a Ucrânia, criando o medo e o pânico e reforçando a ameaça de guerra, a China pede a todas as partes que respeitem e oiçam as preocupações legítimas de segurança umas das outras", salienta o responsável.

Pequim apela ainda que todos os países trabalhem em conjunto para resolver a situação por via das negociações e diplomacia, de forma a manterem a paz e a estabilidade regionais. 

11h07 - Taiwan condena envio de tropas russas para territórios separatistas

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, condena a Rússia por ordenar o envio de tropas para os territórios separatistas pró-russos.

"O nosso governo condena a violação da soberania da Ucrânia pela Rússia (...) e apela a todas as partes para continuarem a resolver os conflitos por meios pacíficos e racionais", afirmou Tsai.

Taiwan, que vive também sob ameaça de uma anexação por parte da vizinha China através do uso da força, está a observar de perto a crise na Ucrânia.

Ainda assim, Tsai descreveu Taiwan e a Ucrânia como sendo "fundamentalmente diferentes em termos de geoestratégia, ambiente geográfico e importância das cadeias de abastecimento internacionais", numa referência ao estatuto da ilha como um dos principais pilares da economia mundial, sobretudo devido à indústria de semicondutores.

10h25 – Fotografias de satélite mostram movimentações perto da fronteira

A Maxar Technologies, uma empresa de tecnologia espacial dos EUA, publicou várias imagens de satélite que mostram novas movimentações de tropas e equipamentos na Rússia e mais de 100 veículos no sul da Bielorrússia. Ou seja, em todos os locais próximos das fronteiras da Ucrânia. 

10h17 – Parlamento em Kiev autoriza ucranianos a transportarem armas de fogo e a agirem “em legítima defesa”

O parlamento ucraniano acabou de aprovar esta manhã um projeto de lei que dá permissão aos ucranianos para transportarem armas de fogo e agirem em legítima defesa.

“A adoção desta lei é totalmente do interesse do Estado e da sociedade”, adiantam os autores do projeto de lei.
Consideram que esta lei é necessária devido “às ameaças e perigos existentes para os cidadãos da Ucrânia”.

10h11 - Assembleia Geral da ONU debate situação na Ucrânia

A Assembleia Geral das Nações Unidas vai debater esta quarta-feira a situação “nos territórios temporariamente ocupados” na Ucrânia. A reunião começa às 15h00 (10h00 em Nova Iorque).

9h33 – Apelo ucraniano. “Atinjam mais. Atinjam com força. Atinjam agora”

O apelo é do ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, que pede ao Ocidente que aplique sanções mais pesadas contra o círculo próximo de Vladimir Putin.

“Para impedir que Putin faça mais agressões, pedimos aos nossos parceiros que imponham mais sanções à Rússia agora. Ontem foram dados os primeiros passos decisivos e estamos gratos por eles. Neste momento, a pressão precisa de aumentar para travar Putin. Atinjam a sua economia e os seus comparsas. Atinjam mais. Atinjam com força. Atinjam agora”, escreveu Dmytro Kuleba no Twitter.

9h28 – Papa Francisco apela à paz

O sumo pontífice falou esta quarta-feira sobre a situação na Ucrânia, afirmando que a eventualidade de um conflito no país lhe causa “uma grande dor no coração”.

No final da audiência semanal a partir do Vaticano, Francisco pede aos líderes envolvidos que façam um exame de consciência e se abstenham de ações que possam aumentar ainda mais o sofrimento humano na região.

9h15 – Ucrânia pede aos cidadãos para deixarem a Rússia

A Ucrânia pediu esta quarta-feira aos seus cidadãos para não visitarem a Rússia e alertou qualquer ucraniano que já estivesse no país para sair imediatamente.

"O Ministério dos Negócios Estrangeiros recomenda que os cidadãos da Ucrânia se abstenham de qualquer viagem à Federação Russa, e aqueles que estão neste país deixem o território imediatamente", lê-se num comunicado em russo.

O MNE diz que a "intensificação da agressão russa contra a Ucrânia" significa que não poderá oferecer assistência consular aos ucranianos na Rússia.

A medida pode afetar os cerca de 3 milhões de cidadãos ucranianos que vivem na Rússia.

9h00 – Reservistas da Ucrânia começam a ser chamados

Kiev começou a mobilizar os membros das forças de defesa em reserva com idades entre os 18 e os 60 anos, no seguimento de um decreto do presidente ucraniano, Volodymyr Zekensky.

Os militares adiantam que o período máximo de serviço será de um ano e os recrutas com habilidades específicas, como mecânicos, serão enviados para unidades especializadas.

As autoridades acrescentam que quem ignorar a convocação pode enfrentar acusações de “responsabilidade criminal”.

De acordo com as estimativas, há cerca de 900 mil pessoas como possíveis militares nas forças de defesa em reserva na Ucrânia.
Ponto de situação

Na segunda-feira, o presidente russo Vladimir Putin reconheceu a independência de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia. Para o Kremlin, estas são duas regiões separatistas pró-russas que não querem fazer parte da Ucrânia.

A decisão do presidente russo, Vladimir Putin, está a ser encarada como o abrir de portas a uma invasão da Ucrânia em larga escala.

Nas últimas horas, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, cancelou o encontro que tinha planeado para sexta-feira como homólogo russo, Sergei Lavrov.

O responsável pela diplomacia norte-americana afirmou que a invasão foi o plano de Vladimir Putin desde o início de uma crise “fabricada”.
Nesta conferência de imprensa, Blinken anunciou também que foi retirada de cima da mesa a possibilidade de uma cimeira entre o presidente Joe Biden e o homólogo russo.

“Agora que vemos que a invasão começou, a Rússia deixou claro sua rejeição total à diplomacia, por isso não faz sentido avançar com essa reunião neste momento”, explicou.

Entretanto, na terça-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou sanções contra a Rússia. Estas sanções terão como alvo bancos russos e a dívida soberana, bem como membros proeminentes da “elite” russa.

Dmytro Kuleba, MNE da Ucrânia, saudou as sanções, mas considera que estas não são suficientes para desencorajar Putin. A partir de Washington, ao lado de Blinken, Kuleba considerou que os EUA devem ajudar o país de forma mais determinada, até porque o futuro da ordem mundial “está agora a ser decidido na Ucrânia”.

Por sua vez, o presidente russo, Vladimir Putin, indicou esta quarta-feira que ainda há espaço para a diplomacia, mas que os interesses e segurança de Moscovo "não são negociáveis".

"O nosso país está sempre aberto ao diálogo direto e honesto para encontrar soluções diplomáticas para os problemas mais complexos. "No entanto, os interesses e a segurança de nossos cidadãos não são para nós negociáveis", disse Vladimir Putin num discurso televisivo.
Sanções
Ainda antes, também o Reino Unido e a União Europeia anunciaram sanções semelhantes aos EUA, assim como a Austrália, Canadá e o Japão. De todos estes países e das várias sanções anunciadas, destaque para a Alemanha, que suspendeu a certificação do gasoduto Nord Stream 2 e para o Reino Unido, que visou cinco bancos russos e três oligarcas com as sanções anunciadas.

Também a União Europeia aplicou um pacote de sanções contra Moscovo, que atinge os “351 membros da Duma [câmara baixa da Assembleia Federal russa] que aprovaram esta violação da integridade territorial da Ucrânia”.

Aplicar-se-á também a 27 indivíduos e entidades com “papel ameaçador para a independência da Ucrânia”, anunciou Borrell.

No que toca às sanções financeiras, preveem-se restrições às relações económicas da UE com as duas regiões separatistas, de Donetsk e Lugansk, bem como o congelamento de bens de dois bancos privados russos.