Conclusões da cimeira do clima superaram expetativas

por Lusa

O ex-ministro Ângelo Correia considera que os últimos dias da Cimeira do Clima (COP28) superaram as expectativas e a desconfiança inicial em relação ao encontro, que decorreu no Dubai.

Depois de uma "desconfiança inicial" sobre a organização e os promotores que afetou a maior parte do evento, "os últimos dias foram muito bons", com a definição de metas para a transição energética, com vista à eliminação da energia fóssil.

"A pressão foi muito boa", tendo sido possível "fixar um período de 2050 como o final dos combustíveis fósseis, curiosamente numa reunião num dos principais países do mundo produtores de combustíveis fósseis", afirmou Ângelo Correia, que esteve ligado ao setor do gás natural durante muitos anos.

No seu entender, estas conclusões acabam por ser mais positivas do que as expectativas, mas falta ainda definir prazos e calendarização para concluir esse esforço.

"Sabemos o Alfa, onde estamos hoje, e sabemos o Ómega, que é 2050. Agora o problema é o percurso que se faz de 2023 até 2050", considerou, questionando: será um "percurso linear ou é um percurso que só acelera nos últimos anos?"

Agora segue-se o "desdobramento dos planeamentos anuais e objetivos anuais que são necessários conceber", cabendo à próxima COP essa discussão de "medidas concretas a executar".

"É um processo que tem de ser aferido" de modo em que cada nova cimeira seja feita "uma avaliação do planeamento e se os objetivos estão a ser cumpridos", considerou.

Porque o "grande problema, a partir de agora, é o `follow up` de toda a revisão do sistema energético", avisou Ângelo Correia.

Por isso, defendeu, a pressão mundial deve continuar para que os líderes encontrem soluções.

"Quando digo [pressão] mundial não é apenas da população, mas de organizações políticas, sociais, culturais ou religiosas", acrescentou o ex-ministro social-democrata.

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