Comunidade Israelita de Lisboa lamenta morte e apela à escuta da última mensagem
A Comunidade Israelita de Lisboa expressou hoje o seu "profundo pesar" pela morte do Papa Francisco e exorta os líderes mundiais a escutarem a sua última mensagem, em que alertou para o crescente clima de antissemitismo no mundo.
Numa nota enviada à agência Lusa, a direção da Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) destaca a "figura notável" do Papa Francisco, "pela sua dedicação à paz, ao diálogo inter-religioso e ao respeito pela dignidade humana".
A CIL recorda, com especial reconhecimento, as suas derradeiras palavras públicas, constantes na mensagem `Urbi et Orbi` de domingo, na Basílica de São Pedro, "e a sua preocupação expressa" em relação ao "crescente clima de antissemitismo que se está a espalhar por todo o mundo".
"Que a sua última mensagem pública seja escutada pelos líderes de todo o mundo e que possa materializar-se na promoção constante do entendimento entre povos e religiões e no fortalecimento dos laços históricos e espirituais entre as comunidades judaica, católica e muçulmana", salienta.
A direção da CIL assinala este momento de "consternação e de necessária reflexão sobre o legado de um homem bom que dedicou uma vida de serviço à sua fé" e envia as suas "sinceras condolências aos seus irmãos católicos e a todos aqueles que, em todo o mundo, foram tocados pela mensagem inspiradora de amor, tolerância, respeito e fraternidade universal defendida pelo Papa Francisco".
"Que a sua memória continue a ser fonte de inspiração para todos os que, não sendo católicos, desejam a construção de um mundo mais justo, pacífico e inclusivo", sublinha a Comunidade Israelita de Lisboa.
O Papa Francisco morreu hoje aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia.
Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.
O Papa Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março.
A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.
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