O Observatório Sírio dos Direitos Humanos e as Nações Unidas denunciam que a trégua decretada por Moscovo não está a ser cumprida. A organização não-governamental afirma que o enclave de Ghouta foi alvo de dois ataques aéreos esta terça-feira, uma informação que é desmentida pelas forças sírias. Por sua vez, Moscovo acusa os rebeldes de prosseguirem os combates numa via aberta para evacuar civis. As Nações Unidas confirmam que os combates prosseguem, tornando impossível a ação humanitária.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não-governamental com sede em Londres que tem acompanhado o conflito, denuncia que o enclave de Ghouta foi alvo de dois ataques aéreos esta terça-feira. Este ataque é desmentido pelas forças de Damasco.
Por sua vez, a Rússia acusa os rebeldes sírios de atacarem uma via aberta para evacuar os civis de Ghouta. “Às 9h00, um corredor humanitário foi aberto para evacuar os civis. Neste momento há fogo intenso do lado dos rebeldes e nem um civil foi evacuado”, anunciou o general Viktor Pankov, citado pela agência noticiosa russa RIA.
Moscovo garante ainda que as forças leais ao regime sírio criaram as condições necessárias para que os civis fossem retirados. A Rússia acusa ainda os rebeldes de usarem civis como reféns e de não os deixarem partir.
As Nações Unidas também já confirmaram que os combates continuam na Síria apesar da trégua decretada por Moscovo. A ONU insiste para que seja seguida a recomendação do Conselho de Segurança e iniciado um período de cessar-fogo de 30 dias.
O cessar-fogo emanado do Conselho de Segurança nunca chegou a ser cumprido. Na segunda-feira, Moscovo anunciou unilateralmente uma trégua diária de cinco horas, a vigorar entre as 9h00 e as 14h00 locais, para que fosse prestada ajuda humanitária. Sabe-se agora que também esta trégua não está a ser cumprida.
Desde o dia 18 de fevereiro que Ghouta oriental tem sido alvo de ataques da aviação de combate síria e russa e da artilharia de campanha governamental. A ação militar já fez 568 mortos, entre os quais 141 crianças e 85 mulheres, de acordo com os últimos dados do Observatório Sírio para os Direitos Humanos.