O opositor venezuelano, Edmundo González Urrutia, reconhecido pelos Estados Unidos e pelo Parlamento Europeu como presidente eleito da Venezuela, no escrutínio de 28 de julho de 2024, deixou Madrid e está a caminho da Argentina, revelou Buenos Aires, esta quinta-feira.
De acordo com uma fonte próxima da presidência argentina, González Urrutia saiu de Espanha, onde estava exilado desde setembro para evitar a ordem de prisão decretada contra si na Venezuela.
Tendo visto González Urrutia escapar à ordem de prisão, Nicolas Maduro não desistiu de tentar capturar o seu oponente. As autoridades venezuelanas ofereceram esta quinta-feira 100 mil dólares por qualquer informação que leve à detenção de Edmundo González Urrutia.
"Procurado. Ordem de captura. Recompensa: 100.000 dólares", lê-se num anúncio publicado nas redes sociais pela polícia, a par de uma fotografia do líder da oposição venezuelana.
O cartaz vai ser colocado em aeroportos e postos de controlo de todo o país, indicaram à agência France Press fontes das agências de segurança.
Não se sabe que apoio pode Urrutia encontrar na Argentina, por parte do presidente Xavier Milei, ou se o anúncio se tratará de uma manobra evasiva que permita ao opositor de Maduro regressar à Venezuela às escondidas ou a coberto de agitação social.
González Urrutia, assim com a líder da oposição venezuelana, Maria
Corina Machado, apelaram terça-feira os cidadãos do seu país a regressarem às
ruas em manifestações, antes da tomada de posse de Maduro, marcada para
10 de janeiro.
"Tomemos juntos o compromisso de que o meu mandato terá início em 2025", desafiou Urrutia. O oponente de Maduro tem prometido que estará de regresso à Venezuela a 10 de janeiro para "assumir as suas funções".
"Tomemos juntos o compromisso de que o meu mandato terá início em 2025", desafiou Urrutia. O oponente de Maduro tem prometido que estará de regresso à Venezuela a 10 de janeiro para "assumir as suas funções".
Milhares de detidos
A oposição venezuelana contesta a declaração de vitória de Nicolás
Maduro nas recentes eleições presidenciais e mantém que Edmundo González
Urrutia, de 75 anos, venceu com 67 por cento dos votos.
As eleições presidenciais de 28 de julho decorreram num ambiente
extremamente tenso na Venezuela, com a oposição a unir-se em torno de
Edmundo González Urrutia.
O anúncio da vitória de Maduro provocou manifestações generalizadas e
confrontos com as forças policiais, que causaram 28 mortos e cerca de 200
feridos. Mais de 2.400 pessoas foram detidas, acusadas de terrorismo e
de incitamento ao ódio.
Mais de 1.400 foram libertadas condicionalmente há alguns dias, anunciaram entretanto as autoridades do país.
Mais de 1.400 foram libertadas condicionalmente há alguns dias, anunciaram entretanto as autoridades do país.