Colômbia reforça restrições na fronteira com Brasil em véspera de cimeira

por Lusa
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As autoridades da Colômbia reforçaram as medidas de combate à covid-19 na fronteira com o Brasil, na véspera da cimeira entre os dois países para discutir a crise pandémica na Amazónia, agendada para hoje.

"Devemos fortalecer os corredores fronteiriços, onde mais uma vez nos encontramos numa situação que pode tornar-se crítica, tendo em conta as diferenças que temos do ponto de vista do controlo epidemiológico com os nossos vizinhos, como é o caso do Brasil nos pontos de fronteira", disse na quinta-feira o Presidente colombiano, Ivan Duque, em declarações citadas pela agência de notícias Efe.

Na noite de quinta-feira, o ministro do Interior colombiano ordenou também o encerramento de todas as atividades na fronteira com o Brasil, "à exceção das estritamente necessárias para a saúde, abastecimento e serviços essenciais".

A decisão seguiu-se ao anúncio, no dia 12 de maio, do envio de militares para a zona fronteiriça com o Brasil, de forma a travar o contágio na zona.

O Brasil e a Colômbia partilham 1.644 quilómetros de fronteira, sendo Leticia, capital da região amazónica colombiana, a única passagem entre os dois países.

A região colombiana do Amazonas concentra 924 dos 13.610 casos de infeção na Colômbia, o que faz dela a sexta mais afetada naquele país, tendo registado igualmente 30 mortos devido à covid-19.

Do lado brasileiro, o estado do Amazonas é a quarta região mais afetada do país, com 17.181 casos e 1.235 mortos, e é também o estado com mais mortos por milhão de habitantes (280).

Em Manaus, a capital regional, os hospitais e as agências funerárias entraram em colapso por causa da pandemia.

A Colômbia mantém o confinamento na maior parte do país, em contraste com o Brasil, onde o Presidente, Jair Bolsonaro, criticou governadores e autarcas que ordenaram o encerramento de lojas e serviços não essenciais.

Segundo o Presidente colombiano, os Governos da Colômbia e do Brasil realizam esta sexta-feira uma cimeira para discutir políticas para enfrentar a crise que se vive na Amazónia devido à pandemia do novo coronavírus.

No encontro deverão participar os ministros das Relações Externas, Saúde e Defesa, do lado colombiano, além do ministro das Relações Externas do Brasil, Ernesto Araújo, e dos ministros da Saúde e da Defesa daquele país.

O Brasil é de longe o país lusófono mais afetado pela pandemia de covid-19, com quase 14 mil mortes e perto de 203 mil infeções.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 302 mil mortos e infetou quase 4,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 1,5 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou agora a ser o que tem mais casos confirmados, embora com menos mortes.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num "grande confinamento" que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.

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