Colômbia. Crianças que sobreviveram 40 dias na selva após queda de avião partilham detalhes angustiantes
A mãe das crianças sobreviventes da queda de um Cessna 206 sobre a floresta amazónica terá mandado embora os filhos para procurarem ajuda. Sobreviveu quatro dias.
Todos os quatro jovens sobreviveram, mas os três adultos a bordo da aeronave Cessna 206, incluindo a mãe e um piloto, morreram. O acidente aconteceu há 40 dias.
As três meninas, de 13, nove e um anos - e um menino de cinco anos foram encontrados na sexta-feira vagueando sozinhos nas profundezas da floresta amazónica depois que o avião, em que viajavam com a mãe, Magdalena Mucutuy, ter caído há cinco senanas.
As três meninas, de 13, nove e um anos - e um menino de cinco anos foram encontrados na sexta-feira vagueando sozinhos nas profundezas da floresta amazónica depois que o avião, em que viajavam com a mãe, Magdalena Mucutuy, ter caído há cinco senanas.
Manuel Ranoque, pai dos dois filhos mais novos descreveu que o filho mais velho lhe contou que a mãe permaneceu viva durante quatro dias depois do avião se ter despenhado a 1 de maio enquanto voava entre o aeroporto de Araracuara em Caquetá e San Jose del Guaviare. Mucutuy acabou por sucumbir aos ferimentos.
O viúvo detalhou que antes da mulher morrer, terá dito aos filhos para "irem embora", aparentemente pedindo-lhes que deixassem o local dos destroços para sobreviverem.
"Antes de morrer, a mãe deles disse-lhes algo como: 'Saiam daqui. Vocês vão ver o tipo de homem que o vosso pai é, e ele vai mostrar-vos o mesmo grande amor que eu vos tenho", relatou.
Sobrevivência das crianças
As equipas de resgate localizaram as crianças depois de avistar sinais na selva, incluindo pegadas e frutas mordidas. Durante o caminho, as crianças que são membros do grupo indígena Huitoto, comeram farinha e sementes de mandioca.
Os familiares e autoridades afirmaram que o conhecimento sobre os frutos da floresta foi fundamental para a sobrevivência dos meninos.
O socorrista Nicolas Ordonez Gomes relembrou o momento em que descobriram as crianças.
"A filha mais velha, Lesly, com o pequeno nos braços, correu na minha direção e disse: 'Estou com fome'", narrou Nicolas ao canal público RTVC.
"Um dos dois meninos estava deitado. Levantou-se e disse-me: 'A minha mãe está morta`", narrou.
Gomes alegou que os socorristas responderam com "palavras positivas, dizendo que eram amigos, que tinham "sido enviados pela família".
Ainda acrescentou que o menino respondeu: "Quero um pouco de pão e salsicha".
"A filha mais velha, Lesly, com o pequeno nos braços, correu na minha direção e disse: 'Estou com fome'", narrou Nicolas ao canal público RTVC.
"Um dos dois meninos estava deitado. Levantou-se e disse-me: 'A minha mãe está morta`", narrou.
Gomes alegou que os socorristas responderam com "palavras positivas, dizendo que eram amigos, que tinham "sido enviados pela família".
Ainda acrescentou que o menino respondeu: "Quero um pouco de pão e salsicha".
Após serem resgatadas na província de Caquetá, as crianças devem ficar internadas, pelo menos, por duas semanas.
Uma das crianças revelou que se escondeu em troncos de árvores para se proteger numa área de selva cheia de cobras, animais e mosquitos, segundo um tio, Fidencio Valencia.