Uma colisão entre secções do foguetão pode ter sido a "causa direta" da avaria que obrigou a nave espacial russa Soyuz MS-10 a aterrar de emergência pouco depois do lançamento, disse hoje o diretor da agência espacial russa Roscosmos, Serguei Krikaliov.
"Ainda não há versões definitivas, mas o que é evidente é que a causa direta foi a colisão de um elemento lateral que faz parte da primeira secção do foguetão. Na verdade, ao separar-se ocorreu um contacto entre a primeira e segunda secção", disse Krikaliov à agência russa Novosti.
O diretor da Roscosmos não descarta que o foguetão "se tenha desviado da trajetória programada e que a parte inferior de uma das secções se tenha destruído".
Serguei Krikaliov indicou que a comissão governamental que investiga o acidente deve apresentar os primeiros resultados oficiais da perícia no próximo dia 20 de outubro.
"Os primeiros fragmentos [do foguetão] recuperados na estepe do Cazaquistão vão ajudar a estabelecer as causas da avaria", disse.
Entretanto, o Comité de Emergência do Ministério do Interior do Cazaquistão informou hoje que foi encontrado um fragmento da Soyuz M-10 a cerca de 40 quilómetros da cidade de Zhezkasgán e que já foi enviado para os especialistas da Roscosmos.
Krikaliov sublinhou que os lançamentos de foguetões Soyuz-FG ou similares foram suspensos até que sejam determinadas, de forma definitiva, as causas da avaria de quinta-feira.
"É possível que o lançamento da nave cargueiro Progress, que estava programado para o dia 31 de outubro, venha a ser adiado e a próxima missão tripulada prevista para o dia 20 de dezembro vai conhecer uma nova data", informou o responsável.
A bordo da Soyuz MS-10 encontravam-se o cosmonauta russo Alexei Ovchinin e o astronauta norte-americano Nick Hague que aterraram a salvo na base espacial russa no Cazaquistão tinham como missão permanecer durante os próximos seis meses na Estação Espacial Internacional.