Colisão de vaso de guerra derruba comandante da frota do Pacífico

por Jorge Almeida - RTP
Toru Hanai - Reuters

O vice-almirante Joseph Aucoin foi afastado do comando da 7ª frota dos Estados Unidos, na sequência da colisão de um contratorpedeiro norte-americano com um petroleiro. A hipótese de sabotagem informática vai ser investigada.

Dez marinheiros norte-americanos continuam dados como desaparecidos depois de o navio de guerra USS John S. McCain ter colidido na segunda-feira com um petroleiro a leste do Estreito de Malaca.



O acidente já provocou a exoneração do vice-almirante Joseph Aucoin, até agora comandante da 7ª frota da Marinha dos Estados Unidos, com base em Yokosuka, no Japão. O vice-almirante Phil Sawyer é o substituto.

O rombo no casco do USS John S. McCain. Foto: Ahmad Masood - Reuters

Este foi o quarto acidente a envolver um navio de guerra dos Estados Unidos em águas asiáticas desde o início do ano.
Hipótese de sabotagem informática
O contratorpedeiro USS John S. McCain sofreu uma falha na direção quando fazia a aproximação ao Estreito de Malaca, antes de colidir com o petroleiro.

Vários repórteres perguntaram se o vaso de guerra norte-americano tinha sofrido algum ataque informático que comprometesse as possibilidades de manobra.

O capitão Scott Swift negou essa possibilidade, mas ressalvou que “todos os cenários vão ser analisados detalhadamente”.

O navio USS John S. McCain integra a 7ª frota naval dos EUA. Foto: Ahmad Masood - Reuters

O almirante John Richardson, chefe de Operações Navais, já tinha escrito no Twitter que a possibilidade de um ataque cibernético, por menor que fosse, seria investigada.
O professor da Universidade do Pacífico no Hawai e ex-diretor do Centro de intelligence do Pacífico Carl Schuster disse à CNN que “é improvável que o navio tenha sido alvo de pirataria informática”.

A aproximação de entrada num canal ou num porto é uma manobra manual que requer o máximo de atenção na ponte de comando.

“Mesmo que a direção do navio tivesse sido comprometida por um ataque informático, seria possível evitar a colisão por outros meios, como por exemplo o reverse, a alteração de rotação das hélices”, esclareceu Schuster.
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