Com a noite a abater-se sobre Paris, as forças de segurança dizem ter a situação controlada. De acordo com os últimos dados, 125 mil manifestantes estiveram na rua por toda a França, 10 mil em Paris. Foram identificados 1385 e detidos 974. Ficaram feridos 118 manifestantes e 17 membros das forças de segurança. O ministro do Interior sublinha que apenas o elevado nível de policiamento permitiu controlar a manifestação dos “coletes amarelos”. Se necessário, acrescentou, este nível manter-se-á no domingo.
#8décembre Les forces de gendarmerie engagées depuis 4 heures ce matin évacuent les derniers manifestants sur Paris.
— Gendarmerie nationale (@Gendarmerie) 8 de dezembro de 2018
La #vigilance reste de mise sur quelques points de la capitale et en province.
⚠️ Merci de faciliter le retour à la normale. pic.twitter.com/20oFTar5Fp
Very sad day & night in Paris. Maybe it’s time to end the ridiculous and extremely expensive Paris Agreement and return money back to the people in the form of lower taxes? The U.S. was way ahead of the curve on that and the only major country where emissions went down last year!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 8 de dezembro de 2018
17h20 - Um milhar de identificados e 724 detidos
Um balanço ao início da noite (hora francesa) aponta para mais de 950 pessoas identificadas durante os protestos do movimento dos "coletes amarelos". De acordo com fonte da polícia, 724 foram detidas.
O Governo tinha indicado antes que a meio do dia estavam a manifestar-se cerca de 31.000 pessoas em toda a França, das quais 8.000 em Paris.
Os confrontos no centro de Paris já duram há várias horas, com a polícia a utilizar gás lacrimogéneo e canhões de água.
Montras partidas e uma galeria comercial atacada é outra das faces visíveis da revolta dos manifestantes.
Auprès de nos forces de l'ordre. Reconnaissance, admiration et soutien. #8Décembre pic.twitter.com/oxdqj3vRMI
— Edouard Philippe (@EPhilippePM) 8 de dezembro de 2018
Novo balanço aponta para 615 interpelações para interrogatório. 508 pessoas ficaram sob custódia policial.
O Ministério do Interior pediu no Twitter que os manifestantes tenham “prudência” perante as intervenções sistemáticas para “limitar os danos” em Paris.
Les forces de l'ordre et de secours interviennent systématiquement pour limiter les dégradations et empêcher la formation de barrages.
— Ministère de l'Intérieur (@Place_Beauvau) 8 de dezembro de 2018
Facilitez la progression des véhicules et, si vous êtes à proximité des rassemblements, soyez particulièrement prudents #8Décembre pic.twitter.com/TD4FQDyEgG
Um dos carros blindados teve de ser usado para apagar alguns objetos que foram incendidados.
Perto da Praça da República, há relatos de uma intervenção da unidade equestre para ajudar a dispersar os manifestantes. Os bombeiros também tiveram de atuar.
Novo balanço aponta para 598 interpelações para interrogatório. 475 pessoas ficaram sob custódia policial
Manifestantes do movimento "coletes amarelos" estão em Paris e por toda a França contra a política governamental. Durante esta manhã, viveram-se momentos de tensão com a polícia, que usou gás lacrimogéneo e canhões de água. Já foram detidas centenas de pessoas e há já registo de feridos.
O presidente norte-americano usou a rede social Twitter para reagir aos protestos em Paris. Donald Trump argumenta que o Acordo de Paris não está a funcionar bem para a capital. “O povo não quer pagar elevadas quantias, muito para países do terceiro mundo(…), para ‘talvez’ proteger o Ambiente”.
The Paris Agreement isn’t working out so well for Paris. Protests and riots all over France. People do not want to pay large sums of money, much to third world countries (that are questionably run), in order to maybe protect the environment. Chanting “We Want Trump!” Love France.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 8 de dezembro de 2018
Um dos "coletes amarelos" disse à RTP que as autoridades estão a tentar impedir a manifestação, controlando os movimentos em vários locais. "A França está a fazer fake news, a dizer que não há nada, que não se passa nada. Mas o povo está chateado, está na rua e não deixam o pessoal manifestar-se", garantiu.
Este manifestante critica as movimentações policiais, ao mesmo tempo que enumera as razões para participar neste protesto, exigindo mais igualdade em França e denunciando grande dificuldades económicas no dia a dia.
Ce matin nous avons procédé à des contrôles préventifs, des fouilles de sacs, qui ont permis d’écarter les individus radicalisés, qui souhaitaient se livrer à des violences.
— Laurent Nunez (@NunezLaurent) 8 de dezembro de 2018
575 personnes ont été interpellées à Paris, à cette heure.
Je salue le travail des forces de l’ordre. pic.twitter.com/ZQBICrG85d
Jean-Luc Mélenchon, líder do França Insubmissa, considerou já que as “campanhas de intimidação não impediram a mobilização”.
Polícia de Paris fez novo balanço das operações até ao momento. As forças de ordem procederam a 554 interpelações, tendo 335 pessoas ficado detidas.
No terreno, mantêm-se milhares de manifestantes, mas o cenário está longe daquele que Paris viveu há uma semana, no sábado. Apesar de algumas escaramuças, detenções e uso de gás lacrimogéneo pontualmente, o ambiente é de relativa calma.
Résumé de la situation à 11h50 en haut des Champs-Elysées : qq tensions, lacrymos vs projectiles, sur des points précis mais retour au calme à chaque fois. Pas de casse. Les #giletsjaunes sont cependant confinés sur l’avenue fermée par les gendarmes. Ils ne peuvent en sortir. pic.twitter.com/0cTBRUu4q8
— Aline Leclerc (@aline_leclerc) 8 de dezembro de 2018
11h31 - “Coletes amarelos” na Bélgica: 70 detenções em Bruxelas
Cerca de 70 pessoas foram detidas no âmbito de controlos preventivos na manifestação dos “coletes amarelos” que decorre em Bruxelas, avança a agência France Presse.
A polícia tem optado por fazer interpelações cirúrgicas entre os manifestantes, retirando do grupo elementos perturbadores.
Julien Terrier foi interpelado para interrogatório, por ser um dos organizadores da manifestação não autorizada, adiantou a Prefeitura de l’Isère à BFMTV.
#8décembre Depuis ce matin, nombreuses interpellations d'individus violents porteurs d'objets dangereux. Plus de 5 000 personnes contrôlées sur les axes et péages #ControleDesFlux pic.twitter.com/eIhsefzcNm
— Gendarmerie nationale (@Gendarmerie) 8 de dezembro de 2018
Edouard Philippe apelou à continuação do diálogo” que se iniciou esta semana com os representantes dos “coletes amarelos”. O primeiro-ministro esteve ontem à noite reunido com representantes deste movimento, mas o encontro não foi suficiente para desmobilizar a manifestação de hoje.
Foto Reuters
EN DIRECT | Déclaration au ministère de l'Intérieur #8Décembre https://t.co/FGJapJeJqT
— Gouvernement (@gouvernementFR) 8 de dezembro de 2018
O ministro tinha feito já um alerta aos manifestantes, para não se misturarem com grupos radicais. O Governante justificou ainda a forte presença policial em todo o país.
10h00 - Aumenta tensão entre polícia e manifestantes
De acordo com os media franceses, a polícia recorreu ao gás lacrimogéneo para dispersar pequenos grupos de manifestantes.Os vídeos partilhados nas redes sociais atestam isso mesmo.
Tension rue Arsène Boursaye, un cordon de gendarmes mobiles pris pr cible de jet de projectiles pic.twitter.com/pZpInonI7d
— Aline Leclerc (@aline_leclerc) 8 de dezembro de 2018
@Anne_Hidalgo a convoqué toute la journée la cellule de crise. Vigilance et sérénité. Consultez les informations sur https://t.co/uFNg1JdkMY @CBrossel @cgirard @C_Najdovski @MCLemardeley @PaulSimondon pic.twitter.com/5T4eJ4UVMq
— Emmanuel GREGOIRE (@egregoire) 8 de dezembro de 2018
Os manifestantes estão em vários pontos de acesso a Paris, tentam condicionar o acesso à cidade. “Estamos rodeados pela polícia. As coisas estão calmas”, refere um dos manifestantes no Twitter.
#giletsjaunes sur le périph. Nous sommes encadrés par des forces de l'ordre. Les choses sont calmes pic.twitter.com/TqkIPkm3Tz
— Wladimir Garcin-Berson (@vladogb) 8 de dezembro de 2018
Mais viaturas policiais foram colocadas na avenida parisiense já que é aqui que se estão a concentrar os manifestantes. Entre as viaturas, estão dois carros blindados, que já não eram usados em Paris desde 2005.
O jornal Le Figaro e a BFMTV avançam que pelo menos 354 foram já interpeladas pelas autoridades e que 127 foram detidas.
Avec @NunezLaurent nous accueillons le Premier Ministre @EPhilippePM pour un point de situation @Place_Beauvau avec l’ensemble des acteurs mobilisés sur le territoire.#8décembre pic.twitter.com/o2YvuiU9mP
— Christophe Castaner (@CCastaner) 8 de dezembro de 2018
Ontem à noite, o primeiro-ministro esteve reunido com o representante dos “coletes amarelos”. O encontro não foi suficiente para desconvocar os protestos de hoje.
Rassemblements du #8Décembre : Aux abords des #ChampsElysées ou de la gare #SaintLazare, des opérations de contrôles et de fouilles sont effectuées par les forces de l’ordre pour assurer la sécurité des manifestants et la protection des biens #Paris pic.twitter.com/3JJEFvqDeC
— Ministère de l'Intérieur (@Place_Beauvau) 8 de dezembro de 2018
Os manifestantes começam a chegar ao centro de Paris. Entre eles, há também um luso-descendente. Leonel considera que as condições de vida estão muito difíceis e é essa a razão para participar neste protesto.
Leonel garante que o movimento dos "coletes amarelos" não vai esmorecer até que o Governo caia. "É obrigado a ir embora. Porque se na semana que vem, o senhor Macron não fizer nada, para a semana estamos aqui outra vez", garante.
O luso-descendente teme novas cenas de violência na manifestação de hoje, dizendo que a polícia francesa é muito violenta com os manifestantes.
Os "coletes amarelos" pretendem na manifestação deste sábado, chegar o mais perto possível do Eliseu, a residência oficial do Presidente francês Emmanuel Macron, o principal alvo de contestação deste movimento.
Pelo menos 312 interpelações foram já realizadas em Paris, antes do início da manifestação dos "coletes amarelos", segundo fonte policial. 32 pessoas ficaram detidas.
As autoridades temem o regresso dos tumultos urbanos em Paris pelo que reforçaram os controlos nas estações e realizaram buscas sistemáticas junto aos locais de concentração.
“A raiva permanece indescritível e fora de controlo”, admitiu o primeiro-ministro Édouard Phillipe.
Mobilizados há cerca de três semanas, o movimento de contestação à política fiscal e social do Governo que pede a demissão de Macron, os “coletes amarelos”, conseguiram as primeiras concessões nos últimos dias. A mais evidente é o anúncio de que o aumento do imposto sobre os combustíveis, o rastilho que espoletou a revolta, a ser adiado durante todo o ano de 2019.
Anúncios que em vésperas da realização de mais uma manifestação, parecem não ter sortido efeito, julgadas pelos “coletes amarelos” como insuficientes. O movimento, destruturado, sem líder, fora dos quadros estabelecidos, não terá acalmado perante as concessões.
“Estas três semanas fizeram nascer um monstro que escapou aos seus criadores”, declarou o ministro do Interior, Christophe Castaner para definir o movimento dos “coletes amarelos”, que começou com a revolta de franceses com baixos rendimentos.
Na passada semana, as ruas de Paris transformaram-se num palco de batalha, de “guerrilha urbana”, com carros e lojas incendiados, confrontos com a polícia, gás lacrimogéneo e o Arco do Triunfo, símbolo nacional, vandalizado.
O executivo alerta que este sábado a França vive um estado de alerta máximo. Emmanuel Macron pediu aos partidos políticos, sindicatos e ao patronato para “lançarem um apelo claro e explícito à calma”. Num gesto raro, sete sindicatos condenaram “todas as formas de violência” e responsáveis partidários, da direita à esquerda, fizeram o mesmo.
No total, são 89 mil polícias mobilizados em toda a França. Oito a dez mil só em Paris, praticamente o dobro dos efetivos que estavam destacados para a manifestação do último sábado. Haverá inclusivamente uma dúzia de veículos blindados na capital. “A força permanecerá na lei”, garantiu o ministro do Interior.
A Torre Eiffel está encerrada, bem como museus como o do Louvre ou o d’Orsay. O Centro Pompidou está fechado, e inúmeros espetáculos foram cancelados. Na Liga francesa de futebol, seis jogos da 17ª jornadas terão de ser remarcados. Nos Campos Elíseos, palco dos confrontos da semana passada, as lojas não vão abrir.
Ao longo daquela que é uma das principais avenidas de Paris, os comerciantes colocaram proteções frente às suas lojas.
Os prejuízos estimados decorrentes das manifestações e bloqueios de estradas pelos “coletes amarelos” são de 400 milhões de euros nos transportes de mercadorias, perdas de 25% na grande distribuição, 50% de quebras no turismo em toda a França. Os comerciantes dizem ter perdido cerca de mil milhões de euros desde que os protestos começaram.
Emmanuel Macron personaliza o alvo desta contestação. Eleito em 2017, o Presidente francês regista nova descida nos níveis de popularidade. Uma sondagem publicada pelo Le Figaro esta semana mostra que Macron tem 21% de popularidade e que mesmo 54% dos eleitores que votaram Macron apoiam o movimento do “colete amarelo”.