A Comissão Nacional de Eleições (CNE) moçambicana anuncia esta quinta-feira os resultados das eleições gerais de 9 de outubro, que têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional, em dia de manifestações e greve convocadas pelo candidato Venâncio Mondlane.
De acordo com o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, o anúncio dos resultados eleitorais da votação, que incluíram as sétimas presidenciais - às quais já não concorreu o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, em simultâneo com legislativas e para assembleias e governadores provinciais, será feito a partir das 14h30 em Lisboa, no Centro Internacional de Congressos Joaquim Chissano, em Maputo.
A CNE tinha até 15 dias para anunciar os resultados oficiais da votação de 9 de outubro, cabendo depois ao Conselho Constitucional a proclamação dos resultados, após concluir a análise, também, de eventuais recursos, mas sem prazo definido para esse efeito.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane convocou dois dias de paralisação e manifestação "pacífica" nacional em Moçambique a partir de hoje.
"Vamos sacrificar dois dias das nossas vidas para que todos nós nos manifestemos. E não precisamos de informar a polícia, o município", anunciou Venâncio Mondlane.
"O país nestes dois dias deve ficar parado", afirmou, descrevendo esta como a segunda etapa do que denomina de "roteiro revolucionário" de Moçambique, insistindo que a CNE se prepara para anunciar "resultados profundamente falsos".
"Não é o que o povo votou. Isso está claro", disse ainda, numa alusão ao apuramento dos resultados ao nível das províncias, que dão a vitória à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), e ao seu candidato presidencial, Daniel Chapo, com mais de 60% dos votos.