O comissário-geral da agência das Nações Unidas para os palestinianos (UNRWA) avançou esta quinta-feira que bulldozers israelitas danificaram o escritório no campo de refugiados de Nur Shams, na Cisjordânia, tornando-o inutilizável.
As instalações “eram o centro de prestação de serviços básicos para mais de 14 mil refugiados palestinianos no campo, incluindo ensino de crianças, saúde, saneamento e proteção social”, acrescentou.
“Durante a operação militar israelita, as estradas e as redes de água e eletricidade foram também destruídas no campo. Mais uma vez, as instalações das Nações Unidas estão a ser sistematicamente desrespeitadas, quando deveriam ser protegidas em todas as circunstâncias, incluindo em tempos de conflito”.
Using bulldozers, Israeli Forces severely damaged today (Thursday) the @UNRWA office in the Nur Shams Camp, north of the #WestBank.
— Philippe Lazzarini (@UNLazzarini) October 31, 2024
The office can no longer be used.
It was the hub to deliver basic services to more than 14,000 Palestine Refugees in the camp, including… pic.twitter.com/QFAR4LcPRb
As declarações surgem depois de, na segunda-feira, os deputados israelitas terem aprovado uma lei que ameaça o trabalho da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos, entidade que neste momento presta ajuda essencialmente à população afetada pela guerra em Gaza.
O projeto de lei proíbe a UNRWA de realizar "qualquer atividade" ou de prestar qualquer serviço dentro de Israel. Foi aprovada com 92 votos a favor e dez contra, após um debate aceso entre os defensores da lei e os seus opositores, na sua maioria membros de partidos parlamentares árabes.
No mesmo dia, o Governo português veio condenar a decisão israelita, apontando que "os serviços essenciais de ajuda humanitária da UNRWA ficam em causa" e manifestando o seu apoio à agência da ONU.
"Portugal condena a aprovação de legislação pelo Knesset [Parlamento israelita] que revoga os privilégios e imunidades da UNRWA inviabilizando a ação em Gaza e na Cisjordânia", sublinhou o Ministério dos Negócios Estrangeiros numa publicação no X.
Israel acusa UNRWA de apoiar terroristas
No início deste ano, Israel acusou a UNRWA de apoiar as atividades terroristas do movimento islamita Hamas, dizendo que a organização estava a ajudar a financiar aquele grupo miliciano e que era abrigo para 450 combatentes.
Apesar de desmentidas imediatamente as acusações, a organização aceitou fazer um inquérito interno para apurar se houve algum funcionário envolvido nas operações do Hamas ou se fundos tinham sido desviados para financiar as atividades terroristas.
A antiga ministra francesa dos Negócios Estrangeiros Catherine Colonna levou a cabo um inquérito independente, cujas conclusões levaram ao afastamento de nove pessoas alegadamente envolvidas no atentado de 7 de outubro de 2023 do Hamas contra Israel.
c/ agências