Cinco pessoas morreram em ataques israelitas no sul do Líbano, onde um frágil cessar-fogo entre Israel e o grupo xiita Hezbollah vigora há duas semanas, informou hoje o Ministério da Saúde libanês.
"Um ataque de `drones` do inimigo israelita contra a localidade de Ainata matou uma pessoa e feriu outra", declarou inicialmente o ministério em comunicado.
Posteriormente, o ministério informou que quatro outras pessoas haviam sido mortas em novos ataques israelitas: três na cidade de Bint Jbeil e uma em Beit Lif, também no sul do Líbano.
Desde 27 de novembro, está em vigor um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, que prevê a retirada das forças israelitas do sul do Líbano e a retirada do grupo xiita a norte do rio Litani num prazo de 60 dias.
Desde a entrada em vigor do cessar-fogo, as forças israelitas têm bombardeado armamento e infraestruturas do Hezbollah, em especial no sul do Líbano, ao passo que o Hezbollah disparou `rockets` para o norte de Israel em pelo menos uma ocasião.
Mesmo assim, o cessar-fogo continua em vigor e os ataques diminuíram consideravelmente.
Os representantes dos Estados Unidos, da França, da FINUL e dos exércitos israelita e libanês reuniram-se na segunda-feira na cidade fronteiriça de Naqoura "para coordenar o seu apoio à cessação das hostilidades", informaram as partes em comunicado.
"Este mecanismo reunir-se-á regularmente e coordenar-se-á estreitamente para fazer avançar a aplicação do acordo de cessar-fogo", acrescentaram.
Os embaixadores dos Estados Unidos, França, Arábia Saudita, Qatar e Egito também se reuniram com o presidente do parlamento libanês, Nabih Berri, que convocou uma sessão parlamentar para eleger um Presidente da República no dia 09 de janeiro, segundo a imprensa libanesa.
O Líbano está sem Presidente desde o fim do mandato do Presidente Michel Aoun, em 2022, devido às divergências entre o Hezbollah e os seus opositores, que têm impedido a eleição de um novo chefe de Estado.
A guerra entre Israel e o Hezbollah já causou mais de 4.000 mortos no Líbano desde o início da incursão terrestre israelita lançada em outubro, segundo as autoridades libanesas.
A Força Interina da ONU no Sul do Líbano (FINUL) e o Exército libanês entraram hoje em Jiam, no sul do país mediterrânico, para verificar a retirada israelita da cidade antes do destacamento total das Forças Armadas na zona.
Num comunicado, o Exército libanês indicou que os seus soldados "estiveram estacionados em cinco localidades em torno de Jiam" em coordenação com a FINUL, "no âmbito da primeira fase de instalação na região, coincidindo com a retirada do inimigo israelita".
"O destacamento será completado na próxima fase, enquanto unidades especializadas efetuarão um levantamento de engenharia da cidade com o objetivo de remover engenhos por explodir", disse a instituição militar, apelando aos residentes de Jiam para se manterem afastados da zona e respeitarem as instruções "até ao final do destacamento".
A Agência Nacional de Notícias do Líbano (ANN) tinha anteriormente informado de que um regimento de engenharia da FINUL entrara em Jiam pelo norte para inspecionar a estrada e confirmar a retirada de Israel da cidade.
A estação de televisão Al-Manar, voz do grupo xiita libanês Hezbollah, também fez eco desta notícia, acrescentando que as Forças Armadas libanesas estão à espera de que a FINUL termine o seu trabalho para ter acesso ao interior desta cidade da região de Nabatiye.
Jiam é uma cidade estratégica, porque se situa numa colina a seis quilómetros da fronteira com Israel e foi palco de fortes combates entre as forças israelitas e o Hezbollah durante a recente ofensiva de Israel no sul do Líbano.
É um local simbólico porque, quando Israel ocupou o sul do Líbano durante a guerra civil no país árabe (1975-1990), ali se situou um centro de detenção famoso pelas torturas e gerido por uma milícia cristã libanesa, agora extinta, aliada dos israelitas, o Exército do Sul do Líbano.