A VI cimeira UE-África, que se realiza quinta e sexta-feira em Bruxelas, deverá contar com um nível de participação extremamente elevado, incluindo todos os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), indicaram fontes diplomáticas.
Numa altura em que se ultimam os preparativos para aquela que é a primeira cimeira entre União Europeia (UE) e União Africana (UA) desde 2017, fontes diplomáticas europeias adiantaram hoje que são esperados em Bruxelas os chefes de Estado e/ou de Governo da generalidade dos Estados-membros de ambas as organizações, com exceção dos quatro países atualmente suspensos pela UA devido a golpes de Estado (Burkina Faso, Mali, Sudão e Guiné-Conacri) e, eventualmente, uma ou outra ausência de última hora.
Os PALOP deverão estar todos representados ao mais alto nível na cimeira de Bruxelas, tendo as mesmas fontes indicado que são esperados os chefes de Estado de Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, e o vice-presidente da República de Angola.
Portugal estará representado pelo primeiro-ministro, António Costa, que participará em duas das sete mesas-redondas temáticas que serão organizadas ao longo dos dois dias da cimeira, além das cerimónias de abertura e de encerramento, que contarão com o conjunto de líderes.
Num figurino inédito, grande parte dos trabalhos da cimeira será repartida entre sete mesas-redondas temáticas, copresididas por dois chefes de Estado europeus e outros tantos africanos, em vários casos com convidados externos de outras organizações e sociedade civil.
Os temas em debate são "financiamento para o crescimento sustentável e inclusivo", "alterações climáticas e transição energética, digital e transportes", "paz, segurança e governação", "apoio ao setor privado e integração económica", "educação, cultura, formação profissional, migração e mobilidade", "agricultura e desenvolvimento sustentável" e "sistemas de saúde e produção de vacinas".
De acordo com uma nota divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro, António Costa começará por intervir, na quarta-feira, na mesa consagrada ao tema "paz, segurança e governança", na qual estarão igualmente presentes o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, e o Comissário de Assuntos Políticos, Paz e Segurança da UA, Bankole Adeoye.
Na quinta-feira, o chefe de Governo português copresidirá à mesa-redonda consagrada à educação e migrações, na qual participarão, como oradores externos, o diretor-geral da Organização Internacional para Migrações (OIM), António Vitorino, e a secretária-geral da Organização Internacional da Francofonia, Louise Mushikiwabo.
A VI cimeira UE-África estava originalmente marcada para 2020, mas foi sendo sucessivamente adiada devido à pandemia de covid-19, que impediu designadamente que ocorresse durante a presidência portuguesa do Conselho da UE no primeiro semestre de 2021.
A iniciativa terá então finalmente lugar esta semana em Bruxelas, e com `casa cheia`, o que levou a organização a restringir a um nível sem precedentes a dimensão das delegações, face à situação sanitária ainda instável.