No final da cimeira desta terça-feira entre com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, o Presidente norte-americano acenou com a intenção de pôr fim aos exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul. A promessa de Donald Trump surpreendeu não só os aliados sul-coreanos mas também o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
O Ulchi Freedom Guardian é um dos maiores exercícios militares do mundo. Os jogos de guerra, que no ano passado duraram 11 dias, envolveram cerca de 17.500 operacionais dos Estados Unidos e 50 mil sul-coreanos.
As manobras incluem simulações em computador realizadas em bunkers (abrigos subterrâneos) a sul de Seul com o objetivo de verificar se os aliados estão realmente preparados para repelir eventuais ataques da Coreia do Norte.
Ana Romeu, Osvaldo Costa Simões - RTP
Ana Romeu, Osvaldo Costa Simões - RTP
O Pentágono já anunciou que irá transmitir informações adicionais à declaração de Trump assim que possível, mas que estas ainda não se encontram disponíveis, visto que o anúncio do Presidente norte-americano foi repentino e não estava previsto.
“Custos tremendos”
A grandeza e longevidade destes exercícios militares fez com que a promessa de Trump deixasse também muitos sul-coreanos espantados. Até porque, caso a decisão vá por diante, Seul poderá perder o sentimento de segurança com que atualmente conta.
A Coreia do Sul considera que esta pode ter sido uma decisão impulsiva e que primeiro a Coreia do Norte deve desmantelar o seu arsenal nuclear.
Filipe Pinto - RTP
Filipe Pinto - RTP
Enquanto o Ministério da Defesa da Coreia do Sul lançou um comunicado em que afirma estar a tentar compreender as intenções de Donald Trump, as autoridades norte-americanas afirmaram que os exercícios militares possuem uma elevada importância estratégica, pois refletem a força da aliança de décadas com a metade sul da Península Coreana.
Donald Trump referiu que uma das razões para terminar os exercícios militares é o “custo tremendo” que implicam. Deu como exemplo o exercício de treino em que aeronaves militares de grandes dimensões fazem voos de seis horas e meia desde Guam, território localizado a oeste do Pacífico, até à Península Coreana apenas para “praticarem largar umas bombas e depois regressarem a Guam”. “É muito caro. Não gostei de saber que isto acontece”, acrescentou.