Cientistas desvelam identidade de Banksy, a máscara por detrás do grafiti
Banksy é um grafiter britânico que terá nascido em Bristol, à volta de 1974, a Bristol dos Massive Attack, de Tricky e Portishead. Como artista Banksy é um provocador, um agitador social, um activista que já levou a sua arte de rua às paredes de Londres, Nova Iorque, Paris ou Gaza. Mas quem é Banksy? Há oito anos, o jornal Daily Mail apontou um nome, visto como o suspeito do costume: Robin Gunningham. Cientistas londrinos confirmam. Ou quase.
Na realidade, a tarefa da equipa de cientistas baseada em Londres estava à partida facilitada, já que não tiveram de se haver com uma lista infinita de suspeitos. Desde há anos que o nome de Robin Gunningham anda por aí e é como se falar de Banksy equivalesse a falar de Robin Gunningham e falar de Robin Gunningham equivalesse a falar de Banksy.
Reuters
O que faltava não era sequer uma impressão digital ou um rasto de ADN – bastaria que o seu agente dissesse “sim”. Mas essa confirmação nunca chegou e os cientistas resolveram usar Banksy para testar o seu modelo científico.
Trata-se de uma técnica forense que faz uso da estatística para analisar a distribuição geográfica das obras de Banksy, no caso, 192 obras/locais escolhidos pelos investigadores nas cidades de Bristol e Londres. É uma técnica que tanto pode ser usada para localizar bases terroristas e de grupos criminosos a partir de pequenos indícios e da sua análise espacial, como foi recentemente usada para estudar a evolução de doenças infecciosas.
Neste caso, os investigadores pegaram na selecção de 192 obras de Banksy e relacionaram-nas com sete locais suspeitos que teriam a ver com a vida de Robin Gunningham: três casas em Londres, onde terá vivido, e quatro locais em Bristol, uma casa onde terá igualmente vivido, a escola que frequentou e um campo onde costumava jogar à bola.
Finbarr O'Reilly, Reuters
Os investigadores encontraram uma relação entre a localização das imagens e o “suspeito perfeito”, como lhe chamou um dos investigadores, citado pelo jornal americano The New York Times. A equipa da Universidade Queen Mary continua, no entanto, a manter parte do mistério, dizendo que não há uma certeza absoluta da identidade.
Em 2008, jornalistas do inglês Daily Mail chegaram a esta mesma conclusão “após um ano de exaustiva investigação”, como sublinharam. Ou seja, neste caso, o Jornalismo antecipou-se à Ciência.