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Cientistas criam primeiro mapa da resistência humana ao vírus da sida

por Lusa

Genebra, 29 out (Lusa)- Um grupo de investigadores suíços elaborou o primeiro mapa de resistência humana ao vírus da sida, que mostra a forma como o corpo luta naturalmente contra a doença, um avanço importante para a criação de novos tratamentos especializados.

Cientistas da Escola Politécnica de Lausana (EPFL, na sigla em francês) e do Hospital Universitário do cantão de Vaud, Suíça, publicaram hoje os resultados de um estudo sobre a doença na revista científica "eLife".

Mediante o estudo de estirpes de VIH alojadas num hóspede humano, os investigadores identificaram mutações genéticas específicas, que refletem os ataques produzidos pelo sistema imunitário.

Com este sistema, os cientistas conseguiram reconhecer as variações genéticas que tornam algumas pessoas mais resistentes ao vírus e outras mais vulneráveis, além de usarem esta informação para criarem tratamentos individualizados.

Com a ajuda de um "supercomputador", os cientistas cruzaram mais de 3.000 possíveis mutações no genoma do vírus com mais de seis milhões de variações do genoma de 1.071 pessoas seropositivas.

"Tínhamos que estudar as estirpes virais de pacientes que não tivessem recebido qualquer tratamento, o que não é comum", explicou através de um comunicado o investigador da EPFL, Jacques Fellay.

Por isso, os cientistas basearam o estudo em banco de amostras criados nos anos 80 quando ainda não existiam tratamentos eficazes.

Fellay precisou que o corpo humano desenvolve sempre estratégias de defesa contra o VIH, mas "o genoma do vírus muda rapidamente, à razão de milhões de mutações por dia", o que dificulta a tarefa de lutar contra ele.

Segundo os autores do estudo, este trabalho permitiu obter uma visão mais completa dos genes humanos e da resistência imune ao VIH, o que poderia gerar novas terapias inspiradas nas defesas genéticas naturais do corpo humano.

 

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