A chuva intensa continua a cair o que poderá agravar ainda mais a situação. As barragens das províncias de Manica e Sofala estão no limite e poderão ter de efetuar descargas, aumentando o risco de inundações e cheias nas regiões atingidas pelo ciclone.
As Nações Unidas alertam para a possibilidade de cheias nas bacias dos rios Buzi e Púnguè. O risco de inundação também é elevado nas zonas urbanas da Beira e do Dondo.

A albufeira de Nampula alcançou os 100 por cento e em Cahora-Bassa está a 98 por cento.
O ciclone Idai atingiu a cidade da Beira, em Moçambique, na passada quinta-feira antes de se dirigir para o interior. As rajadas de vento atingiram os 170 quilómetros por hora e derrubaram vários edifícios.

Em Moçambique e no Zimbabué as inundações provocaram a queda de várias pontes e muitas estradas abateram.


Segundo a Cruz Vermelha, cerca de 400 mil pessoas ficaram desalojadas em Moçambique.

“Os desafios prosseguem para se resgatar milhares de pessoas, sobretudo crianças”, avança a UNICEF que estima que mais de 260 mil crianças estejam em risco em Moçambique.

A Save the Children, uma organização não-governamental, alerta para a possibilidade da aldeia moçambicana de Buzi, onde vivem mais de 2500 crianças, ficar completamente submersa.

Habitantes da aldeia de Chiluvi, no centro de Moçambique, observam os estragos provocados nas habitações após a passagem do Idai.

No bairro de Praia Nova, na cidade da Beira, são visíveis os estragos provocados nas habitações.

Os sobreviventes são acolhidos em centros de apoio temporário onde preparam as suas refeições.

Apesar das operações de salvamento com helicópteros e botes de borracha ainda há populações isoladas.


Milhares de pessoas continuam a necessitar de assistência. Algumas províncias mais afetadas pelo ciclone continuam sem eletricidade e sem comunicações.

Os moradores de um bairro da província de Sofala carregam jerricans para transportar água potável para o que sobra das suas habitações.

Moradores de um bairro portuário recolhem os destroços do que resta das suas habitações.


O Presidente moçambicano, Filipe Vyusi, apelou às populações que vivem nas zonas ribeirinhas para abandonarem as casas “para salvar as suas vidas”.

Segundo o Governo moçambicano, uma área de cem quilómetros está totalmente inundada, o que afeta mais de 350 mil pessoas.

As imagens aéreas mostram o rasto de destruição na localidade de Nhamudima, na província de Sofala.

Moçambique, um dos países mais pobres do mundo, já tinha sido atingido por inundações mortais em fevereiro e março de 2000. As cheias e as inundações na altura provocaram 800 mortos e mais de 50 mil desalojados. Cerca de dois milhões, dos 17 milhões de habitantes, foram afetados.

No Zimbabué, as estradas são autênticos rios de lama. Mais de cem pessoas morreram.

Chipo Ndlukula e seu filho foram resgatados em Chimanimani, uma localidade a cerca de 500 quilómetros a leste de Harare, capital do Zimbabué.
