A passagem do ciclone tropical Chido pelo arquipélago francês de Mayotte, no Oceano Índico, pode ter provocado “várias centenas” de vítimas mortais, admitiram este domingo as autoridades locais, que não excluem a possibilidade de o balanço chegar mesmo a “vários milhares”.
Por sua vez, o Ministério francês do Interior reconhece que, nesta fase, “será difícil” apurar “todas as vítimas”.
“Para o balanço, vai ser complicado, porque Mayotte é uma terra muçulmana onde os mortos são sepultados em 24 horas”, apontou um porta-voz do Governo francês, citado pelas agências internacionais.
Por outro lado, ainda segundo o Ministério do Interior, a identificação de vítimas pode também ser dificultada pelo facto de o arquipélago ter aproximadamente 100 mil migrantes indocumentados.O ciclone Chido atravessou Mayotte durante a noite de sábado para domingo, fustigando o arquipélago com ventos de mais de 200 quilómetros por hora. Esta é já descrita como a mais forte tempestade a abater-se sobre aquele território em mais de 90 anos.
Há notícia de danos de monta em habitações, edifícios governamentais e num hospital do arquipélago do Índico.
Localizado a quase oito mil quilómetros de Paris, Mayotte apresenta índices de pobreza significativamente superiores aos do resto de França – perto de 77 por cento da população do arquipélago vive abaixo do limiar de pobreza. Debate-se também com uma crónica violência de gangues criminosos. Ao início da tarde deste domingo, o balanço oficial apontava para 14 mortes decorrentes do ciclone Chido em Mayotte.
A presidente do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres, Luísa Meque, traçou já um ponto da situação sobre o que está a ser feito. Antena 1
Nas províncias de Nampula e Cabo Delgado, o ciclone provocou cortes de eletricidade e a queda de muros e telhados. Foram já cancelados alguns voos com destino ao país africano.
c/ agências