O Presidente dos Estados Unidos reforçou o seu apoio à nomeação de Gina Haspel como diretora da CIA. Haspel é acusada de ser responsável pelos mecanismos de tortura usados pelas autoridades norte-americanas depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. A imprensa norte-americana tinha avançado que Haspel pretendia desistir por medo de a sua nomeação não ser confirmada pelo Senado.
“Pensem nisto, nestes tempos perigosos, temos a pessoa mais qualificada, uma mulher, que os democratas querem FORA porque é demasiado dura com o terrorismo”, escreveu Donald Trump.
My highly respected nominee for CIA Director, Gina Haspel, has come under fire because she was too tough on Terrorists. Think of that, in these very dangerous times, we have the most qualified person, a woman, who Democrats want OUT because she is too tough on terror. Win Gina!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 7 de maio de 2018
Este tweet de Donald Trump surge depois de o The Washington Post ter noticiado que Gina Haspel pretendia desistir da sua nomeação ao cargo de diretora da CIA. O jornal norte-americano revelou no passado domingo que Haspel tinha receio de não ver a sua nomeação confirmada pelo Senado.
Em causa está o facto de Gina Haspel ter sido responsável por serviços clandestinos da CIA depois dos atentados de 11 de setembro de 2011. A candidata à liderança da CIA é acusada de ter sido responsável pela criação de prisões fora dos Estados Unidos e pela utilização de métodos de tortura nos interrogatórios a suspeitos de terrorismo, nomeadamente por afogamento simulado.
O jornal The Washington Post noticiou entretanto que Donald Trump convenceu Gina Haspel a manter a candidatura à liderança da CIA. Haspel será por isso ouvida na próxima quarta-feira no Senado, numa audição que não passará ao lado do seu passado ao serviço da CIA.
Não é certo que Haspel seja confirmada pelo Senado, onde o Partido Republicano tem uma pequena maioria de 51 senadores, contra os 49 dos democratas. Vários dirigentes democratas já garantiram que votarão contra a nomeação de Haspel.
O senador republicano John McCain já sublinhou que Haspel deverá explicar de forma concreta o seu envolvimento no programa de interrogatórios da CIA e comprometer-se com o respeito da legislação norte-americana e com o fim da tortura.
Gina Haspel foi escolhida por Donald Trump para substituir Mike Pompeo na chefia da agência de inteligência norte-americana em março de 2018. Pompeo foi por sua vez nomeado para liderar a diplomacia dos Estados Unidos, substituindo Rex Tillerson no cargo de Secretário de Estado.