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China testa míssil balístico intercontinental pela primeira vez em décadas no Pacífico

por Rachel Mestre Mesquita - RTP
Jason Lee - Reuters

A China afirmou ter lançado com sucesso, esta quarta-feira, um míssil balístico intercontinental - uma das armas mais poderosas do mundo - equipado com uma ogiva fictícia no Oceano Pacífico, de acordo com o Ministério chinês da Defesa. O ICMB "caiu em áreas marítimas esperadas", avançou Pequim, sem especificar o local exato da queda ou a natureza do míssil, acrescentando que se tratava de um treino "de rotina", apesar de o último teste deste tipo em águas internacionais ter sido realizado em 1980.

"A Força de Foguetões do Exército de Libertação Popular lançou com sucesso um míssil balístico intercontinental com uma ogiva fictícia de treino no alto mar do oceano Pacífico às 8h44 (1h44, em Lisboa) de 25 de setembro. O míssil caiu exatamente na zona marítima pré-determinada", declarou o ministério chinês da Defesa.

Pequim anunciou, no comunicado, que o lançamento está em conformidade com o direito internacional e as práticas internacionais e que os "países afetados" pelo teste, ou seja, que se encontram na trajetória do míssil ou nas suas proximidades foram "informados antecipadamente".Segundo fontes japonesas e chinesas, os Estados Unidos e a Austrália foram notificados e o missil deverá ter aterrado em alto mar em redor da Austrália, de acordo com o canal japonês NHK.

"Este lançamento de míssil faz parte do programa anual de treino de rotina da Força de Foguetões e testou eficazmente o desempenho das armas e do equipamento, bem como o nível de formação das tropas, atingindo o objetivo desejado", acrescentou.

No entanto, não há informação de um lançamento de um míssil balístico internacional em águas internacionais desde 1980, quando a China lançou um ICBM que voou mais de nove mil quilómetros e aterrou no Oceano Pacífico.  Os testes de armas nucleares da China são normalmente realizados no interior do país, nomeadamente a oeste do deserto de Taklamakan, na região de Xinjiang.

Nos últimos anos, a China tem modernizado as Forças Armadas e aumentado o orçamento militar em função do crescimento económico, um investimento militar que tem despoletado a desconfiança por parte de alguns vizinhos asiáticos.

Segundo os especialistas citados pelo NHK, o teste de lançamento pode ser um aviso para o AUKUS, o pacto de segurança entre Austrália, Reino Unido e EUA criado para conter a crescente presença militar da China na região do Indo-Pacífico, nos últimos anos.

c/ agências

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