China reforça controlo sobre conteúdo publicado por empresas estrangeiras na internet chinesa
A China vai reforçar a censura na internet através de uma normativa que entrará em vigor no próximo mês que visa controlar o conteúdo publicado no espaço cibernético chinês por empresas estrangeiras e suas associadas.
O documento, designado "regulação para a gestão dos serviços publicitários `online`" abrangerá as "indústrias criativas", como jogos, animação, banda desenhada e gravações de áudio ou vídeo, avança hoje o jornal de Hong Kong South China Morning Post.
As empresas ficam assim proibidas de difundir os seus conteúdos "criativos" diretamente no espaço cibernético chinês, estando dependentes de aprovação pela Administração Estatal de Imprensa, Publicações, Rádio, Cinema e Televisão, um organismo do Governo.
A mesma normativa, que entrará em vigor em março, dá também poder aos governos locais para que controlem e vigiem as publicações das empresas na rede.
A regulamentação anterior, que data de 2002, permitia às empresas estrangeiras difundir conteúdo "criativo" diretamente no espaço cibernético.
Em fevereiro passado, ao discursar na Conferência Mundial sobre a Internet em Wuzhen (leste da China), o Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu que cada país deve controlar a sua própria Internet, uma vez que "liberdade e ordem" devem andar de mãos dadas na rede.
A população `online` da China atingiu os 688 milhões de pessoas em 2015, mas Pequim esforça-se para sufocar a liberdade criada pela internet através do "Grande Firewall da China".
Aquele mecanismo censura `sites` como o Facebook, Youtube e Google. Nos últimos anos, foi aperfeiçoado, bloqueando seletivamente páginas com termos "sensíveis" em vez de uma censura integral do `site`.
Desde que Xi subiu ao poder, em 2012, uma lei de segurança nacional que visa "a proteção da soberania do espaço cibernético" foi aprovada, enquanto as autoridades têm vindo a reforçar o monitoramento da rede.