China no topo da agenda de cimeira entre EUA, Índia, Austrália e Japão

por Lusa

A China vai estar "no topo da agenda" da cimeira do Diálogo de Segurança Quadrilateral (Quad), que inclui os Estados Unidos, Índia, Austrália e Japão, afirmou o porta-voz da Casa Branca, John Kirby.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, recebe os líderes do Quad em Wilmington, a sua cidade natal, no Estado de Delaware, este fim de semana, para discutir "a expansão da cooperação numa série de questões de importância crítica".

"De facto, seria irresponsável se não falassem sobre os desafios que ainda existem na região, causados por ações militares agressivas da RPC (República Popular da China), por exemplo, práticas comerciais desleais ou tensões no Estreito de Taiwan. Não tenho dúvidas de que todas estas questões serão abordadas", afirmou na quinta-feira o porta-voz.

A segurança sanitária, a resposta a catástrofes naturais, a segurança marítima, as infraestruturas, as tecnologias críticas e emergentes, o clima, as energias limpas e a cibersegurança também estão na ordem do dia, disse John Kirby.

São ainda esperados anúncios que demonstrem que o Quad "se desenvolverá a longo prazo", acrescentou o porta-voz.

Criada em 2007, para impulsionar a cooperação regional após o `tsunami` que em 2004 devastou partes do leste do Pacífico, o Diálogo de Segurança Quadrilateral foi revitalizado ainda durante a administração do ex-presidente dos EUA e atual candidato presidencial, Donald Trump.

O objetivo da parceria é agora defender um Indo-Pacífico "aberto, livre e inclusivo", uma referência implícita às incursões da China naquelas águas, cujo controlo foi fundamental, durante a Segunda Guerra Mundial, para manter linhas de abastecimento logístico e projetar força militar.

Para além de construir ilhas artificiais equipadas com infraestruturas militares no mar do Sul da China, Pequim tem intensificado as suas manobras marítimas, o que suscitou protestos das nações vizinhas e mesmo incidentes em alguns casos, incluindo com as Filipinas, e aumentou a pressão militar sobre Taiwan, que reivindica como uma província sua.

A crescente influência da China nas Ilhas Salomão é também considerada preocupante pelo grupo, que teme que Pequim estabeleça uma base militar no Pacífico Sul. Isto é particularmente preocupante para a Austrália, já que transformaria a forma como Camberra vê as configurações de defesa e segurança, ancoradas na aliança com os EUA.

 

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