China, Irão e Rússia iniciam diálogo sobre programa nuclear de Teerão
O Irão, a China e a Rússia iniciaram esta sexta-feira, em Pequim, conversações de alto nível sobre o programa nuclear iraniano, num contexto de intensa atividade diplomática das grandes potências na esperança de reavivar o acordo internacional de 2015.
O diálogo surge numa altura em que o presidente norte-americano, Donald Trump, que retirou os Estados Unidos do acordo em 2018, durante o seu primeiro mandato, disse estar aberto ao diálogo com Teerão, após regressar ao poder em 20 de janeiro.
"Os três lados trocaram pontos de vista sobre a questão nuclear iraniana e outros assuntos de interesse comum", disse a televisão estatal chinesa CCTV, sem dar mais detalhes.
O canal difundiu imagens do vice-ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Ma Zhaoxu, a dar as boas-vindas e a apertar a mão ao seu homólogo russo, Sergei Riabkov, e ao seu homólogo iraniano, Kazem Gharibabadi, diante das bandeiras dos três países.
Durante décadas, os países ocidentais suspeitaram que Teerão pretendia adquirir armas nucleares. O Irão nega veementemente esta suspeita e afirma que o seu programa existe apenas para fins civis, em particular para fins energéticos.
Em 2015, o Irão concluiu um acordo com os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Rússia, Estados Unidos, França e Reino Unido) e a Alemanha para regular o seu programa nuclear.
De acordo com a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), o Irão cumpriu os seus compromissos. O acordo oferecia ao país um alívio das sanções em troca da limitação das suas ambições nucleares.
Mas em 2018, Donald Trump retirou unilateralmente o seu país do acordo. As sanções dos EUA foram reintroduzidas e a economia iraniana nunca recuperou.
No final de fevereiro, o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, excluiu qualquer "negociação direta" com os Estados Unidos no contexto atual.