China expulsou avião militar das Filipinas de espaço aéreo em zona disputada

por Lusa
Erik De Castro - Reuters

O exército chinês disse ter expulsado um avião militar filipino que entrou no espaço aéreo de um recife disputado por Pequim e Manila no Mar do Sul da China.

O Comando do Teatro Sul do Exército de Libertação Popular disse no sábado que uma "aeronave filipina modelo NC-212" entrou no espaço aéreo do Atol de Scarborough (conhecido como Mansiloc Low nas Filipinas e como Huangyan Dao na China), "sem autorização", na quinta-feira, ignorando os avisos.

"O Comando organizou as suas forças aéreas e marítimas para proceder à identificação, localização e vigilância da aeronave, bem como para alertar e expulsar a aeronave nos termos da lei, realizando as operações de forma profissional e legítima", referiu o comunicado.

O exército chinês instou Manila a "acabar com as provocações" e garantiu que Pequim "tem uma soberania indiscutível" sobre o Atol de Scarborough "e as suas águas adjacentes".

Horas antes, as Filipinas acusaram a força aérea chinesa de ter assediado um dos seus aviões de transporte tático em patrulha de rotina durante um voo sobre o Atol de Scarborough.

Dois aviões da força aérea chinesa "efetuaram uma manobra perigosa e dispararam foguetes na direção" do avião, afirmou o chefe do Estado-Maior das Filipinas, general Romeo Brawner, num comunicado que descreve um incidente que terá ocorrido na quinta-feira.

O chefe militar das Filipinas condenou o que disse serem as ações de provocação de duas aeronaves da força aérea chinesa que executaram uma manobra perigosa e lançaram foguetes no caminho de um avião da força aérea filipina.

Todos os que se encontravam a bordo do avião de transporte ligeiro NC-212i da Força Aérea filipina saíram ilesos e regressaram em segurança à Base Aérea de Clark, a norte de Manila, após o incidente, disse o general Romeo Brawner.

"O incidente constituiu uma ameaça para os aviões da força aérea filipina e para a sua tripulação, interferiu com operações de voo legais no espaço aéreo dentro da soberania e jurisdição filipinas e violou a lei e os regulamentos internacionais que regem a segurança da aviação", afirmou Brawner num comunicado.

O incidente foi comunicado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros de Manila, que apresentou numerosos protestos diplomáticos contra as ações da China.

Brawner sugeriu que o incidente não impedirá as Filipinas de efetuar patrulhas na região.

Para além da China e das Filipinas, o Brunei, a Malásia, o Vietname e a Tailândia têm reivindicações territoriais sobrepostas na movimentada passagem marítima, uma rota fundamental para o comércio e a segurança a nível mundial.

Em 22 de julho, o Governo chinês confirmou que chegou a um "acordo provisório" com as Filipinas para "desanuviar" as tensões em torno de um outro atol reivindicado por ambos os países no mar do Sul da China, Segundo Thomas.

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