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China diz que vai lutar "resolutamente" contra independência de Taiwan

por Lusa
Thomas Peter - Reuters

A China vai lutar "resolutamente" contra a "independência" de Taiwan e "em prol da reunificação da pátria", assegurou hoje o primeiro-ministro cessante, Li Keqiang, na abertura da sessão plenária da Assembleia Popular Nacional.

"Temos que executar a estratégia do Partido Comunista (PCC) na questão de Taiwan, ou seja, lutar resolutamente contra a `independência` [do território] e pela reunificação da pátria", disse Li, na apresentação do relatório de trabalho do Governo, no Grande Palácio do Povo, em Pequim.

A China considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força para assumir controlo sobre a ilha. O território é também fonte de tensões entre Pequim e Washington, o principal aliado e fornecedor de armas de Taipé.

Em agosto passado, a visita a Taipé da ex-presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos Nancy Pelosi gerou fortes protestos por parte do Governo chinês, que considerou a viagem uma provocação e lançou exercícios militares em torno da ilha, numa escala sem precedentes.

"Vamos promover o desenvolvimento pacífico das relações no Estreito [de Taiwan], visando impulsionar um processo de reunificação pacífica", apontou Li. "Devemos promover a cooperação económica e cultural entre os dois lados e políticas destinadas a melhorar o bem-estar dos compatriotas taiwaneses", acrescentou.

Segundo o relatório do trabalho do Governo apresentado por Li Keqiang, o Partido Comunista está numa "grande luta contra a secessão" e a "interferência" externa em Taiwan. Pequim critica frequentemente Washington por interferir nos assuntos internos ao fornecer armamento e manter contactos oficiais com Taiwan.

Li Keqiang anunciou hoje também que a China vai aumentar este ano as despesas militares em 7,2%, para 1,55 bilião de yuan (mais de 210 mil milhões de euros).

As Forças Armadas chinesas devem "melhorar a sua prontidão de combate e capacidades militares, para cumprirem com as tarefas atribuídas pelo Partido".

"As Forças Armadas chinesas devem intensificar o seu treino e preparação, desenvolver novas diretrizes estratégicas militares" e "reforçar o trabalho militar em todas as direções e domínios", apontou.

Li afirmou que a China vai permanecer "comprometida com uma política externa independente e com a paz".

"Vamos continuar com a nossa estratégia de abertura para benefício mútuo e trabalhar para salvaguardar a paz mundial, contribuir para o desenvolvimento global e manter a ordem internacional", afirmou.

O primeiro-ministro cessante não mencionou a guerra na Ucrânia, mas enfatizou que as iniciativas de Segurança e Desenvolvimento Global da China visam "promover valores compartilhados pela humanidade".

A "Iniciativa de Segurança Global" é um projeto anunciado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, em abril de 2022, que se opõe ao uso de sanções no cenário internacional ou ao que Pequim considera "unilateralismo", "confronto entre blocos" ou "mentalidade de guerra fria", numa crítica implícita à política externa dos Estados Unidos.

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