China desenvolve vacina contra Covid-19 para inalar

por Carla Quirino - RTP
CanSino Biologics Inc.

A China encaminha-se para a aplicação de uma nova vacina contra o SARS-CoV-2 através de inalação. A epidemiologista e virologista Chen Wei e a empresa de biotecnologia CanSino Biologics Inc. desenvolveram o medicamento e invocam várias vantagens face à versão inoculada.

Sublinham que, nesta nova vacina, apenas é necessário um quinto da quantidade da vacina injetável do vetor do adenovírus da Covid-19. Por outro lado, o produto não requer armazenamento e transporte em caixas frigoríficas.

"Se a vacina for inalada através de aerossol, pode formar uma imunidade da mucosa, além da imunidade humoral e celular, normalmente formada pela vacina injetável”, disse Chen Wei, citada pela Euronews.Os investigadores apostam na inalação através de aerossol para reforçar a imunidade da mucosa.


Esta vacina inalada combina a mesma tecnologia já aplicada pela empresa durante a investigação de uma vacina inalada contra tuberculose e a vacina injetável contra a Covid-19, também produzida nos seus laboratórios.

"Uma vacina inalada poderá ser mais eficaz do que as injetadas, pois o SARS-COV-2 entra no corpo humano através das vias aéreas. Uma vacina inalada pode ativar anticorpos nas vias aéreas oferecendo proteção extra" destaca Xuefeng Yu, chefe-executivo da CanSino Biologics.

A atual vacina injetável é de 0,5 mililitros por dose, explicou o especialista em vacinas de Xangai Tao Lina, citado no Global Times. Sublinha que, a vacina inalada, desenvolvida pela equipa de Chen Wei, pode atingir o mesmo efeito protetor com apenas uma dose de 0,1 mililitro, "isso significa que tem maior eficiência imunológica".

"A maior eficiência da pode vir da forma como a vacina entra no corpo", destacou Tao. "É inalado diretamente, o que mimetiza a infecção natural do vírus respiratório COVID-19, e então forma uma imunidade da mucosa", explicou.

A investigadora Chen Wei acrescenta que esta vacina aplicada por inalação poderá reduzir custo da produção e, consequentemente, torná-la mais acessível a todos.

Os laboratórios podem produzir cinco vezes mais vacinas inaladas com a mesma capacidade de produção de vacinas injetáveis, o que contribuirá para acelerar a vacinação na China.
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