China apresenta plano para encabeçar desenvolvimento da Ásia Central
O presidente chinês quer aproveitar o "potencial de cooperação tradicional" da Ásia Central. Numa cimeira inédita entre a China e cinco países do continente asiático, Xi Jinping apresentou um grande plano para desenvolvimento desta região, desde a construção de infraestrutura até ao crescimento a nível comercial e económico.
Os países da região, que tem sido uma esfera de influência da Rússia, devem “promover totalmente o potencial da cooperação tradicional a nível da economia, comércio, capacidade industrial, energia e transporte”. Segundo o líder chinês, “devem mesmo aprofundar a confiança estratégica mútua e oferecer sempre um apoio claro e forte em questões de interesses centrais”.
Dirigindo-se aos líderes asiáticos, a participar na cimeira a convite de Xi Jinping, o chefe de Estado chinês enfatizou ainda a necessidade de desenvolver “novos motores de crescimento”, como a agricultura, saúde e inovação digital.
"O mundo precisa de uma Ásia Central que seja estável, próspera, harmoniosa e bem conectada", afirmou o presidente chinês, acrescentando que os seis países envolvidos devem opor-se à “interferência externa” e às tentativas de instigar “revoluções coloridas”, mantendo uma postura de “tolerância zero contra o terrorismo, o separatismo e o extremismo”.
Com o objetivo de reforçar os laços económicos e culturais com estes países que, tradicionalmente, são mais próximos de Moscovo do que de Pequim, esta cimeira China-Ásia Central acontece ao mesmo tempo que Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, se encontra no Japão com os líderes do G7.
“Esta cimeira deu um novo ímpeto ao desenvolvimento e à revitalização dos seis países e promoveu uma energia positiva no que toca à paz e estabilidade regional”, afirmou Xi Jinping numa conferência de imprensa, após o discurso que fez no encontro, esta sexta-feira.
"Vamos promover em conjunto um novo paradigma de cooperação profundamente complementar e de alto nível”.
Esta é a primeira edição da “cimeira China-Ásia Central” desde o estabelecimento de relações diplomáticas, em 1992, entre o gigante asiático e as cinco repúblicas ex-soviéticas (Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão), após o desmoronamento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
A Ásia Central, recorde-se, ocupa um espaço central nas ligações ferroviárias entre Europa e China, uma parte importante da iniciativa “Faixa e Rota”, um gigantesco projeto internacional de infraestruturas lançado pela China, que prevê a abertura de novas vias comerciais na Eurásia. A China construiu alguns dos maiores portos secos do mundo naqueles países, capazes de descarregar um comboio de contentores em menos de 50 minutos.