À margem da reunião anual da Assembleia Nacional do Povo, o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros afirmou, este domingo, que as acusações de genocídio contra uigures de etnia muçulmana na China são "ridiculamente absurdas" e "uma mentira completa". A China advertiu ainda os Estados Unidos da América de que não aceitará "difamações e acusações infundadas".
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, os políticos ocidentais estão a acreditar em mentiras sobre o que se passa em Xinjiang, argumentando que a China podia recebê-los para visistar a região.
"Quando se trata de 'genocídio', a maioria das pessoas pensa nos nativos norte-americanos no século XVI, nos escravos africanos no século XIX, nos judeus no século XX e nos indígenas australianos que ainda lutam hoje", continuou o ministro.
"Não aceitaremos acusações infundadas, nem que nos difamem, nem que se violem os nossos interesses (...) Os Estados Unidos interferiram em muitos países em nome da democracia, muitas vezes causando conflitos", declarou Wang Yi.
Pequim continua a negar a existência dos campos e diz tratar-se de "centros de formação profissional" destinados a afastar os uigures do extremismo religioso.
Entre os motivos das condenações, a HRW cita "provocação à perturbação da ordem pública", uma acusação usada frequentemente na China em casos políticos.
"Apesar da aparência de legalidade, muitos dos que acabam na prisão em Xinjiang são pessoas simples que praticam a sua religião", afirmou na semana passada a HRW.