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Chefe do Estado-maior britânico considera que Rússia "já perdeu estrategicamente"

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Gleb Garanich - Reuters

O chefe do Estado-Maior de Defesa da Grã-Bretanha, Tony Radakin, afirmou que Moscovo é agora uma “potência mais enfraquecida” e “nunca assumirá o controlo da Ucrânia”.

O almirante Tony Radakin afirmou que a Rússia está “vulnerável”, a ficar sem tropas e sem mísseis de tecnologia avançada, o que demonstra que Moscovo “já perdeu estrategicamente” a guerra e que falhará o objetivo de controlar a Ucrânia.

“Este é um erro terrível da Rússia. A Rússia nunca assumirá o controlo da Ucrânia”, disse Radakin em entrevista à PA Media, citada por The Guardian.

O chefe das Forças Armadas do Reino Unido afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, perdeu 25 por cento do poder terrestre da Rússia em troca de apenas “ganhos minúsculos” e da morte de 50 mil pessoas.

“A máquina russa está a desgastar-se e está a ganhar apenas alguns – dois, três, cinco – quilómetros todos os dias”, disse o almirante.

“A Rússia já perdeu estrategicamente. A NATO é mais forte, a Finlândia e a Suécia querem juntar-se [à Aliança]”, asseverou.

As palavras do chefe do Estado-Maior de Defesa da Grã-Bretanha atestam os relatórios da inteligência britânica. O último destes relatórios apontou que alguns grupos táticos do batalhão russo (BTGs) – normalmente estabelecidos com cerca de 600 a 800 pessoas – só conseguiram reunir apenas 30 soldados.

Um dos relatórios explicou que embora a Rússia estivesse a obter algum sucesso tático, nomeadamente na região do Donbass, esse êxito devia-se a um “custo significativo de recursos”.

“Em relação ao plano original da Rússia, nenhum dos objetivos estratégicos foi alcançado. Para que a Rússia alcance qualquer vitória, será necessário um enorme investimento contínuo de mão-de-obra e equipamentos, e provavelmente levará muito mais tempo ”, referia um relatório da inteligência britânica, citado pelo Guardian.

As declarações do almirante Tony Radakin surgem um dia depois da entrevista do ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, à BBC, onde admitiu responsabilidades na guerra da Ucrânia mas culpabilizou a NATO.

“Não invadimos a Ucrânia. Declarámos uma operação militar especial porque não tínhamos qualquer outra forma de explicar ao Ocidente que arrastar a Ucrânia para a NATO seria um ato criminoso”, disse Lavrov.

O ministro russo disse ainda que Moscovo “não tem vergonha” pela ofensiva que está em marcha na vizinha Ucrânia. “A Rússia não é totalmente limpa. A Rússia é o que é. E não temos vergonha de mostrar quem somos”, afirmou.
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