O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, apelou às marinhas europeias para patrulharem o Estreito de Taiwan, num artigo de opinião publicado hoje no semanário Journal du Dimanche.
A Europa deve estar "muito presente nesta questão" que preocupa o continente "económica, comercial e tecnologicamente", escreveu Borrell no jornal francês.
"É por isso que apelo às marinhas europeias para patrulharem o Estreito de Taiwan, para mostrar o compromisso da Europa com a liberdade de navegação nesta área absolutamente crucial", continuou.
"Taiwan é crucial para a Europa", disse o responsável na terça-feira, na abertura de um debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
"Taiwan faz definitivamente parte do nosso perímetro estratégico para garantir a paz, para defender os nossos interesses", acrescentou o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança.
O artigo no Journal du Dimanche surge duas semanas após as polémicas declarações do Presidente francês, Emmanuel Macron, no final de uma visita à China, em que se recusou a aceitar "uma lógica de blocos" sobre a questão taiwanesa e pediu à Europa para não "ser seguidora" dos Estados Unidos ou da China.
A China e Taiwan são governadas separadamente desde o fim da guerra civil chinesa, em 1949, mas Pequim reclama a soberania da ilha democrática.
Em nome do princípio "uma só China", nenhum país deve ter laços oficiais com Pequim e Taipé ao mesmo tempo.
Apenas 13 estados ainda reconhecem Taiwan.
Na sequência de um encontro entre a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, na Califórnia, nos Estados Unidos, a 05 de abril, Pequim realizou quatro dias de manobras militares intensas em torno de Taiwan, incluindo a simulação de um bloqueio da ilha.