Charlie Hebdo. Cerimónias em homenagem às vítimas do atentado de há dez anos

por RTP
Ludovic Marin - EPA

Foi há 10 anos que o jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris, foi alvo de um ataque terrorista. Decorre esta terça-feira uma cerimónia que assinala o ataque que vitimou 12 pessoas. A revista francesa publicou novos cartoons sobre religiões, no número especial que preparou para assinalar o décimo aniversário do ataque jihadista na sua redação, em 2015.

No dia do décimo aniversário do ataque ao Charlie Hebdo, a Câmara Municipal de Paris organizou cerimónias oficiais, contando com a presença do presidente francês, Emmanuel Macron. Serão também homenageadas as quatro vítimas mortais de um ataque a um supermercado judeu, na capital francesa, que aconteceu dois dias depois do ataque ao jornal.

A cerimónia decorreu junto da porta da antiga redação da revista francesa, onde tudo começou há dez anos. Várias personalidades políticas e familiares das vítimas juntaram-se nas homenagens, deixando uma coroa de flores, na rua onde morreu, inicialmente, um polícia que estava no local.


As homenagens continuam, numa espécie de marcha, até à rua do estabelecimento comercial judeu.

Para assinalar a data, saiu também esta terça-feira uma edição especial com 32 páginas, na qual o diretor escreve que "a vontade de rir nunca desaparecerá".

E, na primeira página, está a promessa de que o "Charlie Hebdo é indestrutível".


A 7 de janeiro de 2015, os irmãos Chérif e Said Kouachi assassinaram 12 pessoas num ataque à redação desta publicação satírica, no centro de Paris, que estava sob proteção e tinha sido alvo de constantes ameaças por ter publicado algumas caricaturas controversas do profeta Maomé, desde 2006. Oito das vítimas eram profissionais do jornal.

Na altura, o ataque gerou uma reação em todo o mundo e no fim de semana seguinte levou milhões de pessoas às ruas, sobretudo em Paris, onde compareceram chefes de Estado e de Governo de dezenas de países.

O atentado teve como alvo os redatores e cartoonistas do Charlie Hebdo que, em 2006, satirizaram uma imagem de Maomé, o que provocou a ira dos islamitas radicais.

Uma década depois do ataque, o Charlie Hebdo está online e continua a lançar uma edição semanal impressa. O local da redação é mantido em segredo e os funcionários são protegidos por guarda-costas.
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