O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, declarou hoje em Belgrado que a União Europeia (UE) pretende acelerar a integração dos países dos Balcãs ocidentais na sequência dos desafios motivados pela invasão militar russa da Ucrânia.
"Os desafios hoje exigem novas formas de reflexão e de trabalho, devemos acelerar as integrações", declarou Michel aos `media` na sequência de uma reunião com o Presidente sérvio Aleksandar Vucic.
Michel assinalou que a UE deve promover um novo impulso para acelerar a integração europeia e para que o processo de alargamento seja mais rápido e eficaz, com benefícios imediatos para os países candidatos e "sem terem de aguardar pelo final da negociação" de integração no clube comunitário.
Nesse sentido, o presidente do Conselho Europeu anunciou para junho uma reunião dos líderes dos países dos Balcãs ocidentais "para analisar como podemos avançar".
Em comunicado, o Conselho Europeu confirmou que os seis líderes dos países dos Balcãs ocidentais (Sérvia, Montenegro, Bósnia-Herzegovina, Macedónia do Norte, Albânia e Kosovo) foram convidados para uma reunião na manhã do dia 23 de Junho em Bruxelas, e que antecederá o encontro dos membros desta instância que define as orientações e prioridades políticas gerais da União Europeia.
O objetivo do encontro consiste em promover o reforço dos compromissos entre a UE e os países balcânicos.
Nas suas declarações, Michel também adiantou que o objetivo consiste em organizar duas vezes por ano reuniões deste género "para construirmos juntos uma plataforma eficaz na qual possamos coordenar-nos politicamente", e assinalou que a crise com a covid-19 "mostrou que é indispensável a rapidez na coordenação" e que agora será necessária no âmbito da crise da energia.
Michel e Vucic assistiram no Parque Científico de Belgrado à assinatura de um acordo de financiamento conjunto da UE e do Banco Mundial de 84,5 milhões de euros, dirigido a projetos de investigação e a empresas sérvias emergentes.
O presidente Conselho Europeu, que na sexta-feira se desloca à Bósnia-Herzegovina e Albânia, também defendeu nas suas declarações que a comunidade política europeia defendida pelo Presidente francês, Emmanuel Mácron, e que deverá englobar os países do continente, servirá para reforçar a cooperação com a UE e acelerar a adesão de candidatos.
O dirigente comunitário indicou que esta proposta se destina a "abordar desafios operativos" e aumentar a cooperação de forma imediata, evitando os longos processos de adesão que se prolongam durante anos até à formalização da adesão de um candidato.
Michel rejeitou, contudo, que esta nova plataforma, que será discutida pelo Conselho Europeu, contrarie a política de alargamento da UE, assegurando que "não devem existir dilemas". "Não é uma ideia de Bruxelas para adiar [a integração]", assegurou.
O ex-primeiro-ministro belga também afirmou que este futuro fórum "ajudará" os países que pretendem aderir à União, pelo facto de poder discutir "de forma concreta" a forma de avançar nas reformas europeias.