O chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou hoje conversações com a oposição sobre a imigração ilegal e também sobre o porte de armas, após o atentado em Solingen, no oeste da Alemanha, que provocou três mortos.
"Não vamos apenas virar a página, vamos tirar as conclusões necessárias" sobre o atentado em Solingen, disse Scholz, quando questionado sobre o ataque, durante uma aparição conjunta com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
Na terça-feira, Scholz teve uma reunião com o chefe da oposição, o presidente da União Democrata Cristã (CDU), Friedrich Merz, que se ofereceu para procurar um acordo para limitar a imigração ilegal.
Scholz disse que a ministra do Interior, Nancy Faeser, vai organizar em breve uma reunião com representantes dos governos regionais do principal partido da oposição (CDU) e de vários ministérios.
Os temas que serão discutidos são a legislação sobre as armas -- há um plano de Faeser para proibir facas com mais de seis centímetros na via pública --, assim como a deportação de requerentes de asilo rejeitados e a luta contra o terrorismo islâmico.
Scholz recordou que nos últimos meses foram tomadas algumas medidas, que levaram à redução em 20% das entradas ilegais na Alemanha e as deportações a um aumento de 60%.
No entanto, Scholz admitiu que isso não é suficiente e que é necessário continuar a procurar fórmulas para lidar com a imigração ilegal.
No caso específico do ataque de Solingen, Scholz disse que é preciso esclarecer as motivações do alegado autor do ataque, que não foi deportado mesmo tendo uma ordem de expulsão da Alemanha.
O atacante, um sírio de 26 anos que se entregou às autoridades no sábado, deveria ter sido enviado para a Bulgária, país por onde entrou pela primeira vez na União Europeia (UE).
Por outro lado, Olaf Scholz afirmou, a propósito do seu encontro com Merz, que foi "um bom sinal" o chefe do principal partido da oposição estar disposto a cooperar com o Governo nessa questão.
O ataque com faca em Solingen aconteceu durante um festival que assinalava o 650.º aniversário da cidade, na sexta-feira passada, e provocou três mortos e ainda oito feridos.