Forças de segurança israelitas retiraram hoje de madrugada cerca de 70 extremistas de direita judeus que se tinham entrincheirado no colonato de Sanur, no norte da Cisjordânia, desalojado e desmantelado em Agosto, segundo fonte da polícia.
Quarenta e seis dos jovens ultra-nacionalistas foram detidos, depois de terem anunciado que tencionavam regressar ao antigo colonato.
Deslocando-se em jipes, os jovens conseguiram facilmente forçar as barreiras militares e infiltrar-se no ex-colonato, onde se posicionaram no telhado de uma antiga fortaleza britânica, que ficou de pé depois de demolidas as casas dos colonos.
Trata-se da primeira vez que activistas de direita que se opõem à retirada israelita regressam ao local evacuado em Agosto.
O colonato de Sanur é um dos quatro do norte da Cisjordânia evacuados por Israel, juntamente com 21 outros da Faixa de Gaza, no âmbito do plano de retirada promovido pelo primeiro-ministro Ariel Sharon.
Forças do Exército israelita impediram, com barreiras, que centenas de militantes, conhecidos como "jovens das colinas", se juntassem hoje aos radicais.
"Podem destroçar-me o corpo mas não a alma", afirmou uma das manifestantes ao queixar-se da "terrível brutalidade" dos agentes da polícia que retiraram os infiltrados.
Ariel Sharon, que hoje discursará na sede da ONU, em Nova Iorque, está a considerar a possibilidade de desalojar dezenas de "colonatos ilegais" construídos pelos "jovens das colinas" na Cisjordânia sem a permissão do Governo, revelou hoje o director cessante do Ministério da Defesa, Amos Eilon.
Por sua vez, o Tribunal Superior de Justiça de Israel, dará hoje a conhecer a sua posição sobre a ordem do Tribunal Internacional de Justiça de Haia, a pedido da Assembleia da ONU, que há 14 meses declarou ilegal o muro de segurança que o Governo do primeiro-ministro Ariel Sharon está a construir em território palestiniano ocupado da Cisjordânia.