Numa entrevista exclusiva à RTP, o ministro conselheiro do Governo da Catalunha, Raül Romeva, sublinhou que não será respeitada a decisão do Tribunal Constitucional espanhol de suspender a Lei do Referendo e assim anular o referendo independentista. Acrescenta que, sendo essa a vontade popular, a região declarará a independência.
O ministro conselheiro do Governo da Catalunha acrescentou que não há aqui, como diz o Constitucional, um problema de legalidade.
O Tribunal Constitucional suspendeu esta quinta-feira a lei aprovada na quarta-feira pelo Parlamento da Catalunha que permitia a realização a 1 outubro de um referendo independentista nesta comunidade autónoma.
O Tribunal reuniu-se esta tarde em plenário, em Madrid, de urgência, para apreciar o "incidente de execução" apresentado pelo Governo de Mariano Rajoy contra as decisões do Parlamento catalão.
Segundo fonte do tribunal, citada por diversos jornais espanhóis, a lei vai manter-se suspensa enquanto os juízes analisam as queixas de que viola a Constituição de Espanha.
O Governo da Catalunha (Generalitat) assinou na noite quarta-feira o decreto que convoca para 1 de outubro a realização de um referendo independentista nesta comunidade autónoma espanhola, decisão que o executivo nacional de Mariano Rajoy considera inconstitucional.
O diploma, que abre uma grave crise com o poder central, foi assinado pelo conjunto do Governo da Catalunha (Generalitat de Catalunya), num gesto simbólico destinado a marcar a união do executivo perante a ameaça de processos judiciais contra os seus membros.
A assinatura do documento ocorreu poucas horas depois da aprovação pelo parlamento regional do projeto de lei para a realização de um referendo independentista na Catalunha, aprovado pelo voto a favor de 72 deputados.
O Governo de Madrid anunciou ainda na quarta-feira que considera o referendo está ferido de inconstitucionalidades graves por colocar em causa a unidade do Estado espanhol.
Os independentistas reclamam há muito tempo um referendo sobre a independência da Catalunha, em moldes semelhantes aos que foram realizados em Quebec (Canadá) e Escócia (Reino Unido).
Em 2014, os independentistas organizaram uma "consulta simbólica" sob a forma de referendo não vinculativo na Catalunha, em que participaram 2,3 milhões de pessoas, oitenta por cento das quais se pronunciaram pela independência.
c/ Lusa