Casa Branca admite. Aumentam ataques contra bases dos EUA no Iraque e Síria
Os ataques com rockets e drones por grupos apoiados pelo Irão contra bases militares norte-americanas no Iraque e na Síria aumentaram nos últimos dias, afirmou hoje o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.
"Estamos profundamente preocupados com a possibilidade de uma escalada significativa destes ataques", disse Kirby no briefing diário da Casa Branca.
Por esta razão, prosseguiu, o secretário da Defesa, Lloyd Austin, ordenou que os militares "tomassem medidas para se prepararem" e se defenderem.
O porta-voz lembrou que o Pentágono anunciou no fim de semana uma série de medidas para melhorar a posição dos Estados Unidos no Médio Oriente devido às recentes ações consideradas de escalada por parte do Irão e dos seus aliados.
O Departamento de Defesa anunciou que enviará mais mísseis e sistemas de defesa para a região e, especificamente, ordenou que o porta-aviões USS Dwight D. Eisenhower fosse transferido para a área do Comando Central, que tem autoridade sobre o Médio Oriente e Ásia Central.
"Faremos o que for preciso para garantir que as nossas tropas estejam na posição correta, protegidas, e que tenhamos a capacidade de responder", disse Kirby, que acusou o Irão de continuar a apoiar grupos como o Hamas e o Hezbollah na nova crise israelo-palestiniana.
"Sabemos que o Irão está a monitorizar de perto os acontecimentos e, em alguns casos, a facilitar ativamente estes ataques e a encorajar outros que queiram explorar o conflito para seu próprio benefício", declarou.
Kirby acrescentou que o Presidente norte-americano, Joe Biden, "não quer que este conflito se propague".
"Adicionamos capacidade militar adicional à região para dissuadir qualquer ação deste tipo e agiremos de forma adequada para proteger e defender a nossa segurança nacional e os interesses na região", afirmou o porta-voz.
Embora não possa ser provado que o Governo de Teerão esteve envolvido nos ataques do grupo islamita palestiniano Hamas em 7 de outubro contra Israel, acrescentou, os Estados Unidos dizem "que há cumplicidade por parte do Irão", uma vez que "vêm apoiando o Hamas há anos", de acordo com Kirby.
"O Hamas não poderia funcionar ou existir sem o Irão", concluiu.
O grupo islamita Hamas lançou em 7 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.