A Junta Eleitoral Central (JEC) decidiu, esta segunda-feira, excluir o ex-presidente da Generalitat catalã das candidaturas às eleições europeias de 26 de maio. A decisão surge no dia seguinte às eleições legislativas deste domingo, nas quais o partido de Puigdemont, Junts per Catalunya (JpC), obteve resultados modestos.
Além de Carles Puigemont, refugiado na Bélgica, foram vetados os nomes de Toni Comín (também a viver na Bélgica) e de Clara Ponsati, (a viver no Reino Unido).
Todos faziam parte das listas sob a coligação Lliures per Europa (Junts).
A JEC tomou a decisão domingo à noite durante uma reunião e tendo em conta que as candidaturas à Europa devem ser entregues até às 18h00 desta segunda-feira.
Segue-se ao recurso apresentado pelo Partido Popular e pelo Cidadãos que, no final da semana passada, recorreram das nomeações dos três líderes independentistas, com o argumento de que estes estão "fugidos" no estrangeiro e são, por isso, "inelegíveis".
A JEC pede agora à Junts que apresente nomes alternativos, dentro do prazo estabelecido, para que se possam finalmente apresentar as candidaturas. A lei permite que as candidaturas negadas possam apresentar recurso contra a decisão no prazo de dois dias.
Mal a exclusão foi anunciada, o advogado de Puigdemont, Gonzalo Boye, lamentou na sua contra Twitter que a exclusão surge "após o triunfo do independentismo nas eleições de ontem", com o objetivo de "tentar deter outra vitória".
O ERC, Esquerda Republicana Catalã, demonstrou o seu apoio e solidariedade aos seus parceiros de governo na Generalitat, denunciando também nas redes sociais que "o Estado só sabe limitar direitos". Exigiu que Puigdemont, Comín e Ponsati possam concorrer às europeias.
"Querem silenciar o independentismo, mas daremos resposta nas urnas as vezes que forem necessárias", prometeu a formação republicana e de pendor social-democrata, defensora da independência da Catalunha e que este domingo foi a mais votada naquela comunidade autónoma espanhola.