Capitólio. Assaltantes detidos, militares e polícias investigados

por RTP
Reuters

Dezenas de assaltantes do Capitólio vêm sendo constituídos arguidos por crimes diversos, 13 deles foram formalmente acusados pelo Departamento de Justiça, militares e polícias estão a ser investigados por cumplicidade ou participação activa no assalto.

Para além da acusação formal contra dezenas de pessoas, da detenção de algumas delas e da investigação de outras, o FBI tem estado a passar a pente fino as fotografias da invasão do Capitólio, de modo a identificar os assaltantes que aí são visíveis. Aquela agência federal já recebeu mais de 40.000 informações, incluindo vídeos, que poderão conduzir a novas detenções.

Entre os detidos mais notórios contam-se:
  • Jake Angeli (que invadiu o edifício em traje e com pinturas de guerra)
  • Adam Johnson (o homem que aparece sorridente a roubar a tribuna de Nancy Pelosi)
  • Richard Barnett of Gravette (fotografado com os pés sobre a secretária de Pelosi)
  • Eric Gavelek Munchel (detido com várias armas)
  • Larry R. Brock (um tenente-coronel reformado da Força Aérea que entrou no Capitólio com equipamento habitualmente usado para efetuar detenções)
  • Cleveland Grover Meredith Jr. (que ameaçou abater Pelosi a tiro, em direto na televisão, detido com várias armas de fogo, curtas e longas)
Para além destas detenções e de várias outras de ativistas notórios de extrema-direita, há notícia de procedimentos judiciais iniciados contra diversos responsáveis policiais e militares. Pelo menos um chefe da polícia e vários agentes da polícia estão sujeitos a processos com vista a despedimento, suspensão ou outras medidas disciplinares.

Três departamentos policiais que têm sido objectio de investigação são os da Califórnia, Estado de Washington e Texas. No departamento policial de Seattle dois agentes identificados em fotografias das redes sociais como participantes no assalto foram suspensos. O chefe interino da Polícia de Seattle Adrian Diaz justificou a suspensão com o carácter ilegal do assalto e também com o facto de nele ter morrido um agente da polícia.

Também a polícia de Pittsburgh, a de New Hampshire e a da cidade texana de San Antonio identificaram agentes seus como tendo participado no assalto.

Por seu lado, o Exército está a investigar uma oficial da acção psicológica que terá conduzido um grupo de assaltantes da Carolina do Norte. A militar, identificada como capitã Emily Rainey, prestou ainda por cima um depoimento comprometedor para os escalões superiores da hierarquia militar, afirmando: "Informei os meus chefes de que ia e disse-lhes quando voltei".

Rainey admitiu ter conduzido um grupo de uma centena de membros do "Moore County Citizens for Freedom", um grupo que se diz não partidário e empenhado em combater a "fraude eleitoral" alegada por Donald Trump. A militar afirma que o grupo participou na manifestação, mas que não tem conhecimento de algum dos seus membros ter invadido o Capitólio.

Railey já fora condenada por um outro crime de invasão de propriedade em maio do ano passado, mas recebera uma pena suspensa e uma advertência.
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