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Candidatura de Moro a PR do Brasil põe "sob suspeita" intenções da Lava Jato, diz líder da Câmara dos Deputados

por Lusa

O presidente da Câmara dos Deputados brasileira considera que a candidatura presidencial do juiz Sérgio Moro e a entrada de vários magistrados na cena política coloca "sob suspeita" as intenções da operação judicial Lava Jato.

"Toda aquela equipa que fez a operação Lava Jato agora decidiu candidatar-se" a lugares partidários, afirmou Arthur Lira, considerando que isso mancha o processo: "Coloca também sob suspeita quais eram os interesses daquela operação: "fazer justiça e combate à corrupção ou poderia ter um viés de autopromoção para entrar na política que combatia?"

Em entrevista à agência Lusa em Lisboa, onde se encontra para vários encontros políticos, Arthur Lira minimizou o impacto da filiação de Moro no partido Podemos (direita), depois de ter sido ministro da Justiça do atual Presidente, Jair Bolsonaro, e juiz da operação Lava Jato, que prendeu várias figuras, entre as quais Lula da Silva, ex-Presidente e previsível candidato pelo Partido dos Trabalhadores (esquerda).

Além de Moro, o procurador brasileiro Deltan Dallagnol, ex-coordenador da operação, anunciou a sua saída do Ministério Público Federal e disse que iria ser candidato a deputado, bem como outros investigadores.

O processo tem sido criticado pelos tribunais superiores, que acusam a equipa da Lava Jato de abuso de poder, tendo já anulado várias decisões da primeira instância.

Apoiante do atual Presidente, Arthur Lira admite que pode existir espaço para uma nova candidatura forte nas presidenciais de 2022: "Fala-se numa possível terceira via, de quem vai conseguir juntar aqueles eleitores que dizem `eu não quero Lula` ou `não quero o Bolsonaro`".

No entanto, o sucesso dessa candidatura mais moderada "vai depender muito de fatores que a podem influenciar, como a economia, a pandemia ou gestão do momento", considerou o presidente da Câmara dos Deputados, que minimizou os nomes que têm surgido além de Lula e Bolsonaro.

"A entrada do ex-ministro Sérgio Moro, como a candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, do atual governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do governador de São Paulo, João Dória, ou do ex-ministro Ciro Gomes são candidaturas que estão ali como satélites dessa discussão" entre Lula e Bolsonaro, salientou o deputado, eleito por Alagoas e membro do partido Progressistas.

Hoje, "a desunião e a polarização tem efeitos, tudo no Brasil se polariza", mas "é preciso entender se as coisas vão mudar ou não", concluiu Arthur Lira.

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