O candidato às eleições presidenciais são-tomenses Carlos Vila Nova advertiu hoje que o povo não vai deixar que "façam bandidagem" com os resultados eleitorais e afirmou-se convicto na vitória na segunda volta, prevista para 08 de agosto.
Carlos Vila Nova foi o candidato mais votado na eleição presidencial deste domingo, alcançando 39,47% dos votos, e passa à segunda volta, com Guilherme Posser da Costa, que teve 20,75% dos votos.
"Se é para ir para a luta contra um, vamos vencer. (...) A vitória vai ser certa", disse.
O candidato apoiado pela Ação Democrática Independente (ADI, oposição) falava para centenas de populares que se concentraram hoje ao início da noite na Praça da Independência, no final de um cortejo pelas ruas da capital são-tomense para celebrar os resultados eleitorais.
"Não vamos deixar que eles nos roubem", avisou, acrescentando: "Sabem porquê? Porque nas nossas contas, a nossa vitória era muito superior ao que eles disseram", disse, numa referência aos dados provisórios divulgados esta tarde pela Comissão Eleitoral Nacional (CEN).
Pela primeira vez na democracia, a CEN "divulgou os resultados 24 horas depois da eleição", reclamou, suscitando vaias dos populares.
"O povo está atento e não vamos deixar que eles façam bandidagem", sublinhou.
O candidato transmitiu uma mensagem de calma aos apoiantes.
"Nós somos da paz. Fazemos festa na campanha porque a democracia é festa", afirmou.
Na sua intervenção no final deste "ato espontâneo" a que se quis associar, Vila Nova deixou um apelo aos eleitores que não votaram em si.
"Se quiserem vir para nós, podem vir, têm lugar aqui. Vila Nova vai ser o presidente de todos", garantiu, perante os aplausos dos simpatizantes.
Centenas de populares desfilaram hoje a pé pelas ruas de São Tomé, ao lado de camiões, carrinhas de caixa aberta, carros e dezenas de motos, num ambiente de festa.
"Ganhou, ganhou", gritava Manuel, um apoiante de 36 anos.
Uma mulher recusava o cenário de segunda volta: "Vila Nova já é presidente nosso", gritava, enquanto garantia que os militantes da ADI não vão votar daqui a três semanas.
Outro homem preferia salientar a derrota do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe -- Partido Social Democrata (MSLTP-PSD, no poder), que "não quer aceitar" o segundo lugar.
"Sabem que nós ganhámos. Na segunda volta vão fazer falcatrua, vão querer ganhar no pote", afirmou.
Segundo os resultados provisórios, anunciados hoje pela CEN, Carlos Vila Nova, apoiado pela ADI, foi o candidato mais votado, com 39,47% (32.022 votos), seguido de Guilherme Posser da Costa, apoiado pelo MLSTP-PSD, no poder, com 20,75% (16.829 votos).
Os dados foram hoje anunciados pelo presidente da CEN, Fernando Maquengo, na sede deste organismo na capital são-tomense, numa declaração em que se limitou a indicar os resultados de cada um dos 19 candidatos às presidenciais deste domingo, sem direito a perguntas da imprensa.
Em terceiro lugar ficou Delfim Neves, presidente da Assembleia Nacional e apoiado pelo Partido da Convergência Democrática (no poder), com 16,88% (13.691 votos), que já anunciou que vai contestar os resultados por "fraude massiva".
Segundo os dados hoje anunciados, a abstenção foi de 32,24%.
No total, houve um total de 81.123 votos válidos (97,1%), 631 votos brancos (0,76%) e 1.793 nulos (2,15%).
